Cientista político e especialista em gestão pública diz que o país precisa de novos estadistas e aponta a cidade como referência
Leidiane Sabino
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O cientista político e especialista em gestão pública Luiz Felipe d’Avila, presidente do Centro de Liderança Pública, entidade dedicada à preparação de administradores empenhados em aprimorar a eficácia na gestão da máquina governamental, foi o entrevista desta semana da revista Veja em suas páginas amarelas. Ele afirma que o país precisa de líderes capazes de fazer as reformas institucionais e destaca Votuporanga como um exemplo a ser seguido.
Luiz Felipe diz que quanto mais sólidas as instituições, maiores a confiança e a previsibilidade. Aumenta o número de empreendedores dispostos a assumir riscos e a fazer investimentos.
“No Brasil falta uma narrativa que convença as pessoas a se envolver com as mudanças necessárias. As pessoas só estarão dispostas a fazer certo sacrifício se for criada essa narrativa. Daí a necessidade de um estadista. Existem líderes que usam o poder apenas para fortalecer o mando pessoal, e existem aqueles que buscam reformar e fortalecer as instituições. Vivemos, hoje, de reformas feitas no passado. Precisamos de uma nova safra de estadistas virtuosos para dar sequência às reformas”, garante.
Na entrevista, ele diz que há uma geração de políticos que descobriu que boa gestão dá voto. “Um bom ex-prefeito será um deputado mais consciente. São políticos mais dispostos a correr riscos. Alguns governadores e prefeitos têm se mostrado mais pragmáticos para resolver problemas, deixando questões ideológicas e partidárias de lado”.
Ele cita Votuporanga justamente neste momento da entrevista. “Existem bons exemplos que podem e devem ser replicados. Votuporanga é caso de sucesso na melhoria da educação – e por pouco não foi punida por isso. O Ministério da Educação ameaçou cortar os recursos para o financiamento do programa por causa do bom desempenho da rede municipal no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). A prefeitura ficou desesperada. Chegou-se até a pensar em importar maus alunos de municípios vizinhos para baixar a média e assim preservar os recursos. Mas acabou havendo um acordo com outros municípios da região, e a verba do programa foi mantida”, finaliza.