Caso foi registrado na manhã de ontem, no CEM Profª. Clary Brandão Bertoncini; Prefeitura garante que já tomou providências sobre o fato
O aluno 4ª série ameaçou um menino da 5ª série do CEM Profª. Clary Brandão Bertoncini, localizado na Chácara das Paineiras (Foto: Divulgação/Prefeitura de Votuporanga)
Aline Ruiz
A denúncia de que uma criança de 9 anos teria entrado em uma escola municipal com uma faca tem preocupado vários pais de Votuporanga. Segundo informações obtidas pelo A Cidade, o aluno da 4ª série ameaçou um menino da 5ª série do CEM Profª. Clary Brandão Bertoncini, localizado na Chácara das Paineiras, na manhã desta terça-feira (24). De acordo com a Prefeitura, o aluno foi suspenso e já passa por acompanhamento. O Executivo ressaltou ainda que um boletim de ocorrência também foi registrado e que aguarda um parecer do Ministério Público.
Em conversa com o A Cidade, Vanessa Alves da Silva, de 28 anos, mãe de uma menina que estuda junto com o menino, falou que o mesmo está causando problemas há muito tempo. “Ele vive aprontando, batendo nos amigos e até mesmo nas professoras. A escola sempre diz que não pode fazer nada por ele ser uma criança, só que desse jeito não pode continuar, todos os pais estão com medo de deixar os seus filhos no mesmo ambiente que ele”, contou.
Outra mãe de uma aluna que estuda em uma sala em frente à que o menino fica também falou do receio de levar a filha todos os dias para estudar. “O caso desse menino já está na Justiça há muito tempo, a escola diz que só a Justiça pode fazer alguma coisa a respeito. Sei que a mãe dele está presa e o pai está em liberdade condicional, então ele é criado pela avó, que também sofre na mão do garoto”, disse Eliane Oliveira, de 32 anos.
Os pais, continuou Eliane, precisam agora se unir para exigir agilidade da Justiça nesse caso. “O que aconteceu ontem (segunda-feira), foi muito grave, uma hora esse menino pode machucar todo mundo dentro daquela escola, ainda mais depois das notícias que vemos na televisão, por isso exigimos que algo seja feito”, desabafou.
Ainda de acordo com Eliane, a discussão entre o menino e o colega aconteceu durante uma aula de Educação Física, na segunda-feira (23). “A vítima não queria mais jogar futebol e o menino começou a discutir com ele, mandando ele jogar. Então a vítima também foi para cima dele e os dois começaram a brigar. Ainda no mesmo dia, na parte da tarde, o menino teria ido na casa da vítima e disse que no dia seguinte ia levar uma faca para furar ele todo”, afirmou.
Eliane completou dizendo que o menino chegou com uma faca grande na escola e mostrou para a vítima. “Nisso outras pessoas que presenciaram a cena chamaram a diretora, que também ficou com medo da situação e já chamou a polícia para tomar providências, já que a escola mesmo não pode fazer nada”, continuou.
Outro detalhe apontado por Eliane é de que o menino já passou por psiquiatra e nenhum “problema” foi relatado. “Já deram remédio, fizeram exames e não deu nada, o menino é perfeito, o único problema é que ninguém pode com ele, uma hora ele vai machucar alguém”, finalizou.
O que a Prefeitura diz
A Secretaria da Educação de Votuporanga informou para o A Cidade, por meio de nota, que o aluno em questão foi suspenso por seis dias letivos, conforme previsto no Regimento Escolar, e que já procurou a família da criança para tratar sobre o assunto. A escola acionou a Polícia Militar e o Conselho Tutelar e registrou um boletim de ocorrência diante dos fatos ocorridos na manhã de ontem.
O fato também será relatado e apresentado pelo Conselho Tutelar ao Ministério Público. Segundo o Conselho, outros relatórios envolvendo o mesmo aluno também já foram encaminhados para apreciação do MP.
O aluno já recebe acompanhamento pelos profissionais das áreas de saúde, educação e assistência social por meio das ações do PAM (Programa Aprender Melhor). A Secretaria da Educação ressalta que já adotou todas as medidas legais possíveis no âmbito educacional, atendendo à Lei de Diretrizes Básicas da Educação, ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e ao Regimento Escolar, zelando pelo bem-estar e integridade dos alunos, sem privar nenhuma criança do direito à Educação e à convivência em grupo.
A Secretaria informa ainda que acompanha o caso e aguarda parecer do Ministério Público. A pasta possui equipe à disposição dos pais para esclarecimento de quaisquer dúvidas.