Roberto Santos Oliveira e outras quatro pessoas foram presas na Operação Farra do Tesouro. Defesa disse que o réu não possui a quantia porque teve os bens bloqueados e pediu a redução do valor da multa.
Polícia Federal em frente à casa da tesoureira da prefeitura de Jales (Foto: TV TEM)
A Justiça de Jales (SP) expediu, no fim da tarde desta quinta-feira (25), um alvará de soltura do marido da ex-tesoureira investigada por desviar milhões da prefeitura da cidade. No entanto, Roberto Santos Oliveira será liberado mediante o pagamento de uma fiança de R$ 100 mil em até 10 dias.
A defesa de Roberto alegou que o réu não possui a quantia porque teve os bens bloqueados e pediu a redução do valor da multa.
Na Operação Farra do Tesouro, deflagrada pela Polícia Federal, além de Roberto também foram presos a ex-tesoureira Érica Cristina Carpi e a irmã dela, Simone Paula Carpi Brandt. Elas cumprem prisão domiciliar.
O cunhado de Érica, Marlon Brandt, também foi preso mas conseguiu habeas corpus em setembro. A Secretária da Saúde de Jales, Maria Aparecida Moreira Martins, chegou a ser presa em julho, no início da investigação, mas teve a prisão revogada pela Justiça.
Érica foi denunciada pelo Ministério Público por formação de organização criminosa, falsidade ideológica, peculato - quando funcionário público pratica crime contra a administração - e lavagem de dinheiro.
A denúncia também aponta a maneira que Érica desviava o dinheiro. Ela criava lançamentos falsos, já que após anotar a lápis a quantia desviada, ela destruía o documento para dificultar uma possível fiscalização.
A Polícia Federal abriu um novo inquérito para investigar outros possíveis crimes e a participação de mais pessoas no esquema.
De acordo com a Polícia Federal, Cristiano Pádua da Silva, a família usou dinheiro público da educação, e principalmente da saúde, para bancar uma vida de luxo, como a construção de um rancho na zona rural de Jales.
Imagens de dentro do imóvel mostram que a "Estância Felicidade" conta com área gourmet, móveis e eletrodomésticos de luxo, piscina e palmeiras no jardim.
No primeiro depoimento à PF, Érica confirmou que fazia os desvios desde 2008. O dinheiro, segundo a polícia, ia direto para contas da ex-servidora e até para as empresas do marido, que abriu três lojas de roupas e calçados.
Além da prisão da família, a polícia lacrou os comércios, a chácara e apreendeu carros de luxo, sendo que um dos veículos havia sido comprado dias antes. Policiais à paisana flagraram Roberto na concessionária fechando o negócio.