O Tribunal do Júri teve início às 9h e terminou por volta das 16h45, no Fórum da Comarca de Votuporanga (Foto: Érika Chausson/A Cidade)
Érika Chausson
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Nesta sexta-feira (08), o Conselho de Sentença julgou e condenou a 25 anos de prisão Maykon Cantilha Toledo, acusado de matar ex-companheira Fabiana Macedo de Oliveira com 12 facadas, no dia 25 de agosto de 2017, em Valentim Gentil. O réu estava preso desde o flagrante ocorrido na cidade de Meridiano. O Tribunal do Júri teve início às 9h e terminou por volta das 16h45, no Fórum da Comarca de Votuporanga e foi presidido pelo juiz de Direito, Jorge Canil.
Durante a leitura da sentença, o juiz disse que o réu possuía antecedentes de violência contra mulheres e permitia que seus instintos primitivos se sobressaíssem. “Não são bons os antecedentes, o réu tem episódios de violência contra a sua ex-companheira e a própria mãe. Registra casos de resistências e desacato. Há provas robustas de superego fraco, permitindo seus instintos primitivos sempre prevaleçam sobre a razão”, falou.
Jorge Canil ainda falou sobre o alto índice de violência contra mulheres e o sistema falho, desta forma, para dar uma reposta a sociedade com aplicação justa da sentença. “Ao judiciário cabe dar uma resposta à sociedade, aplicando pena adequada de pessoas que representam ameaça à integridade dos seres humanos. Com tudo isso, a pena base será de 25 anos com regime inicial fechado”, concluiu
Defesa
O advogado de defesa, Douglas Teodoro Fontes, disse ao jornal A Cidade que a votação foi apertada em dois quesitos e pelo trabalho desenvolvido durante o julgamento, irá recorrer a sentença de 25 anos. “Pelo trabalho que desenvolvemos com a defensoria pública e a OAB, nós decidimos que vamos recorrer, porque a votação foi muito apertada, foi 4 a 3 em dois quesitos. Então ele poderia ter saído hoje com uma condição totalmente diferente da qual ele saiu”, falou.
“Acreditamos que conseguimos mudar alguma coisa no Tribunal, em virtude desta proximidade. Apesar da pena ter sido alta, como tivemos casos na Comarca com pena maior, nós acreditamos que algo diferente aconteceu, então merece recurso”, completou.
Acusação
Representando o Ministério Público, o promotor Marcus Seabra disse que ficou satisfeito com a decisão firme do Conselho de Sentença. “Mais uma vez o Conselho foi firme na resposta estatal, foi muito justo. O réu executou sem piedade a vítima, todas as qualificadoras sustentadas foram reconhecidas e a pena foi muito justa, adequada e proporcional ao ato praticado pelo réu”, afirmou.
Conselho de sentença
O Tribunal do Júri foi composto pelos seguintes jurados: Irineu Alves Chaves, Lineu Ferreira da Silva, Nair de Jesus Campelo Alves, Naymara Weny Torres, Jaqueline Mas Botelho Raia, Osmar Alves Cunha e Rodolfo Rodrigues Arado.
Relembre o caso
O crime foi registrado em uma residência localizada no bairro Jardim Barreto, em Valentim Gentil no dia 25 de agosto de 2017. O rapaz desferiu, pelo menos, 12 facadas na vítima, que morreu no local. Após cometer o homicídio, o rapaz fugiu para a cidade de Meridiano, onde foi preso em flagrante e encaminhado para a cadeia pública de Guarani D’Oeste.
A Polícia Militar da região se mobilizou e deu início ao patrulhamento a fim de encontrar o rapaz. O acusado do crime foi localizado em Meridiano, onde foi preso em flagrante pelos policiais daquela cidade. Ele foi conduzido para a delegacia de Fernandópolis, prestou depoimento e foi encaminhado posteriormente para a cadeia pública de Guarani D’Oeste, ficando à disposição da Justiça.