Ao contrário do que chegou a ser ventilado nas redes sociais, discussão que deu origem à briga não envolveu direita e nem esquerda
Testemunhas ouvidas pela polícia relataram que a briga teria começado após uma ofensa pessoal de Guerche a Milton (Foto: Reprodução)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuproanga.com.br
A briga de bar que resultou na morte do aposentado Milton de Oliveira Bolleis, de 70 anos, na noite da última quarta-feira (28), não teve nenhuma ligação com discussões políticas, como chegou a ser ventilado nas redes sociais. A confusão teria começado após uma suposta ofensa pessoal do agressor Fernando Guerche, de 46 anos, à vítima, conforme relatos de testemunhas que estavam no estabelecimento comercial à polícia.
Desde que o caso foi noticiado, várias especulações sobre as motivações da discussão começaram a surgir. Os boatos ganharam ainda mais intensidade após a divulgação de que Guerche disputou, pelo PL, uma vaga na Câmara Municipal, com pessoas dizendo que o caso teve motivação política por divergências entre direita e esquerda.
As especulações, no entanto, evidenciam apenas o retrato da polarização no país, já que, conforme o relato oficial à polícia de uma das testemunhas que presenciou todo o ocorrido, a confusão começou após Milton ter sido xingado de “veado”.
“Milton estava sentado no banco de concreto localizado do lado de fora do estabelecimento, na calçada, assando um espetinho, sozinho e sem consumir bebidas alcoólicas, quando Guerche teria passado próximo a ele, caminhando, e passou a mão de forma a ridicularizar Milton, chamando-o de ‘veado’. Fato contínuo, Milton levantou-se e desferiu um soco em Guerche. Após um breve entrevero, os envolvidos foram separados, e Milton retornou para seu assento no banco de concreto. Guerche foi embora”, diz trecho do relatório policial.
Momentos depois de deixar o local, no entanto, Fernando Guerche, ainda conforme o relatório policial, retornou correndo e desferiu um chute tipo “voadora” na cabeça da vítima, que caiu e bateu a cabeça. Milton chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos, morrendo momentos depois.
Fernando Guerche foi preso em flagrante momentos depois e teve a prisão convertida em preventiva durante a audiência de custódia. Ele é acusado de homicídio qualificado (com recurso que dificultou a defesa da vítima) e também de dirigir alcoolizado.
Milton foi sepultado no final da tarde de anteontem. Ele deixou a esposa, Sônia, e os filhos Milton, Edson e Amanda, além dos irmãos Marta e Maurício. As investigações prosseguem para esclarecer todas as circunstâncias do crime.
A defesa de Guerche, comandada pelo advogado Douglas Fontes, afirmou que a família e a defesa estão se inteirando do caso e que “em nenhum momento ele teve a intenção de tirar a vida do senhor, que, infelizmente, faleceu”.