Acusado é apontado como autor do crime que resultou na morte de Gilberto e Roberto Sato; Justiça arquiva investigação contra 2º suspeito
Klayton Roberto Gadagnolo foi preso pela Polícia Militar e agora denunciado pelo Ministério Público (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
O Ministério Público de Votuporanga, por meio do promotor de Justiça, Eduardo Martins Boiati, denunciou Klayton Roberto Gadagnolo pelos crimes de extorsão e dois latrocínios cometidos contra os irmãos Gilberto Teruo Sato, 73 anos, e Roberto Massao Sato, 70, no dia 4 de julho de 2025. Segundo a denúncia, o crime foi premeditado e executado com violência extrema, resultando na subtração de dinheiro, bens e no homicídio das vítimas.
De acordo com o inquérito, Klayton entrou na residência dos irmãos, na rua Atílio Pozzobon, bairro São Judas Tadeu, usando um simulacro (réplica) de pistola. Gilberto, cadeirante, foi rendido e amarrado enquanto o acusado retirava R$ 3 mil guardados em uma gaveta. Ao surpreender Roberto, o amarrou e tomou R$ 1,3 mil e um celular. Sob ameaça, obrigou a vítima a transferir R$ 2 mil via PIX para conta de um terceiro.
Ainda conforme a acusação, Klayton matou Roberto por estrangulamento e golpeou Gilberto na cabeça com uma marreta. Após o crime, levou um Toyota/Corolla, celulares, cartões bancários e documentos. No dia seguinte, foi visto em casas noturnas e prostíbulos utilizando parte do dinheiro roubado.
Os corpos foram encontrados em estado de decomposição no dia 7 de julho, após familiares acionarem a polícia. Imagens de câmeras de segurança e rastreamento do veículo levaram à identificação do acusado, que confessou o crime durante abordagem policial. Na casa dele, foram apreendidos R$ 2,8 mil e o simulacro de arma.
Klayton responderá por extorsão e dois latrocínios, com agravante por as vítimas serem maiores de 60 anos. O MP pediu ainda indenização mínima aos familiares e a manutenção da prisão preventiva. A pena máxima para os crimes pode chegar a 70 anos de prisão.
Arquivamento
A investigação também citava inicialmente Valmir Cesar Marin de Sales como possível coautor. No entanto, análise de imagens e registros comprovou que ele estava em outro local no momento do crime. Com isso, o Ministério Público promoveu o arquivamento do inquérito em relação a Valmir, decisão homologada pela Justiça.
O caso segue agora na Comarca de Votuporanga para prosseguimento do processo
Outro lado
O jornal A Cidade procurou a defesa de Klayton, comandada pela advogada Mariflavia Peixe de Lima, que encaminhou a seguinte nota à redação:
“A defesa informa que as acusações serão devidamente tratadas e esclarecidas no decorrer do processo judicial. Embora o Ministério Público já tenha apresentado a denúncia, ainda há provas importantes a serem produzidas.
Ressaltamos que ainda não foi marcada a audiência para o caso, e a defesa segue preparando os procedimentos necessários para garantir a proteção dos direitos do acusado.
É fundamental lembrar que a Constituição Federal assegura a todos o direito a um julgamento justo, com direito à ampla defesa e ao contraditório, e garante a presunção de inocência. De acordo com a lei, uma pessoa é considerada inocente até que haja uma condenação definitiva e sem possibilidade de recurso (trânsito em julgado).
O processo penal exige cautela, pois busca a verdade real dos fatos. Em situações de dúvida, a absolvição é a medida correta, a fim de evitar que inocentes sejam injustamente condenados ou presos.