A operação investiga o uso de dados de servidores do Ibama para realizar alterações indevidas nos sistemas do órgão
ambiental
Mandados foram cumpridos em 29 cidades de 9 estados: Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
A Polícia Federal deagrou na manhã desta terça-feira, 15, a Operação Tokens, que apura ações de estelionatários com o uso de dados de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em Rio Preto, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em condomínios na cidade. Os investigados usavam os dados dos servidores para realizar alterações indevidas nos sistemas do órgão ambiental, utilizando certicados digitais (tokens) que foram obtidos de forma fraudulenta.
Foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão, em empresas e residências de pessoas que foram beneciadas com as fraudes, além de 5 prisões de falsicadores e estelionatários membros da associação criminosa. As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal do Distrito Federal e cumpridas em 29 cidades de 9 estados da Federação (Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal).
De acordo com a PF, as fraudes tiveram como beneciários proprietários rurais e empresários do ramo de exploração orestal e agropecuária com áreas embargadas nos estados do Pará e Mato Grosso. Foram constatados 122 desembargos irregulares em nome 54 pessoas físicas ou jurídicas, com potencial prejuízo para a União da ordem de R$ 150 milhões, em multas não recolhidas e descumprimento de embargos em áreas ambientais sensíveis da Amazônia legal.
As investigações começaram a partir do momento em que o Ibama identicou fraudes ocorridas contra diversos de seus superintendentes, agentes e scais, com o uso de tokens, expedidos indevidamente por terceiros falsicadores. Houve colaboração de informações de inteligência entre o Ibama e PF para levantamento dos fraudadores, beneciários e suposto envolvimento de outros intermediários e servidores públicos.
De início, os policiais federais identicaram uma quadrilha já investigada pela PF no estado de Goiás, com conexão com diversas fraudes ocorridas em todo o Brasil. Os principais beneciados são propriedades rurais localizadas nos estados do Pará e do Mato Grosso.
Essas fazendas têm como sócios pessoas físicas e jurídicas de diversos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A operação tem por objetivo a coleta de mais provas e dados acerca das fraudes, inclusive identicação de intermediários entre os falsários e beneciários, inclusive com auxílio de servidores públicos.
Os investigados pode responder por diversos crimes contra o meio ambiente, estelionato e uso de documento falso, além da alteração de sistemas de dados e de possível prevaricação e corrupção. Caso sejam condenados, podem pegar penas que varia de dois a 12 anos de reclusão e multa.
*Diário da Região