Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Que exercício faz bem para saúde, todo mundo sabe. Mas com a vida corrida e os
compromissos, muitas pessoas deixam de lado a prática de esportes ou de caminhada. Um grupo de idosos teve que descobrir a importância da ginástica depois dos 60 anos.
Há quase dois meses, a fisioterapeuta do Consultório Municipal, Eliane Rodrigues,
desenvolve atividade física para os idosos atendidos pela unidade. "Todas as terças e quintas-feiras, temos este grupo, com hipertensão e diabetes. As pessoas são
separadas em cores: verde, amarelo e vermelho em relação à gravidade da hipertensão. O primeiro é o mais leve, o segundo moderado e o vermelho é o grave, pacientes que têm hipertensão muito alto ou são dependentes de insulina. A gente separa por grupos para direcionar a atividade", explicou a fisioterapeuta, em
entrevista ao jornal A Cidade.
As aulas ocorrem em dois períodos: às 7h30 e às 9 horas. Além da prática de
exercícios, os participantes possuem acompanhamento. "A gente afere pressão,
conversa para saber sobre a medicação. Se precisar marcar uma consulta, a gente
encaminha", completou.
Para que a atividade seja relaxante, muita música. "Tudo para chamar a atenção deles não só de atividade para o corpo mas para o espírito. É um momento que eles dedicam para eles e isso é muito importante. Colocam confiança em você (consultório) e devem sair satisfeito. O nosso objetivo é a promoção de saúde e prevenção de doenças", destacou.
Como a maioria do grupo é sedentária, os exercícios são direcionados. "A gente tem aproximadamente 200 idosos que trabalham com equipe multidisciplinar. A maioria é do grupo verde e a faixa etária é entre 60 e 70 anos. Isso é muito novo para eles fazerem alguma atividade ou têm aqueles que só praticam caminhada. Não fazem alongamento e nem relaxamento", afirmou.
Todos os procedimentos realizados são descritos em uma ficha. "Sempre observo
como o exercício é feito, a sua pressão cardíaca, se a pessoa fica cansada. É uma
evolução lenta e como vejo a evolução do grupo como um todo, eu aumento a
frequência, a velocidade da caminhada. A enfermagem tem uma ficha que controla a frequência do paciente, pressão arterial, o dia da consulta e todos os tipos de
medicamentos que recebe. Quando o paciente não vem até nós, a gente liga e faz uma visita para saber porque não veio na consulta", ressaltou.
Os resultados já são notados. "Existe uma melhora com relação à qualidade de vida e bem-estar. A resposta da atividade física é um pouco lenta, quando se trata de pressão e de diabetes, melhora a médio e longo prazo. O que vemos é a disposição de fazer uma atividade física", explicou.
Dona Merci dos Santos Sanches, de 63 anos, está praticando exercícios com o grupo há três semanas. "Estou achando bom, com menos dores. Acordo melhor e mais disposta", disse.
Por sua vez, Cecília Rodrigues dos Santos, de 72 anos, participa dos encontros. "Fui me consultar no médico e ele recomendou. Minha pressão chegou a 23,92 e fiquei dois meses no Hospital de Base. Eu não sabia que tinha a doença e passei mal de madrugada", afirmou. Para ela, o momento é de descontração. "Aqui fazemos amizades", concluiu Cecília.