Representante de vendas faleceu ontem depois de mais de um mês internado na Santa Casa
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
A gripe suína teria sido a causa da morte de um votuporanguense de 24 anos, que faleceu ontem na Santa Casa de Votuporanga. O representante de vendas Mayk de Marchi Garcia deu entrada no hospital no dia 18 de junho com sintomas da doença. Depois de um exame, foi constatado que o jovem estava com H1N1.
Entretanto, no laudo da Santa Casa, os médicos apontam como embolia pulmonar. A Secretaria da Saúde, por meio de sua assessoria, informou que o caso é importado. "Não tem registrado nenhum caso de gripe H1N1 contraído no município desde o início do ano. O caso do jovem de 24 anos que estava internado na Santa Casa de Votuporanga não foi computado no município porque a doença foi contraída em Rio Claro, cidade onde ele morava", explicou a nota. Este ano, foram feitas sete notificações da gripe suína em Votuporanga, sendo que todas deram negativo, ainda de acordo com a pasta. Segundo o Departamento, Mayk não tomou a vacina contra a H1N1. No ano passado, Votuporanga registrou 9 casos confirmados e nenhum óbito.
A família de Mayk confirmou que ele e a esposa Débora Guerzoni mudaram-se recentemente para Votuporanga. O irmão Rodrigo de Marchi Garcia disse à reportagem que o jovem viajava muito devido à profissão e que não saberia dizer quando e onde ele contraiu os sintomas. Mesmo assim, familiares acreditam que a causa da morte tenha sido H1N1.
Mayk Garcia deixa os pais Jesus Aparecido Garcia e Odília de Marchi Garcia, além dos irmãos Rodrigo de Marchi Garcia e Poliana de Marchi Garcia. Natural de Votuporanga, teve como último endereço a rua General Osório, 2969 - Vila Marin. Era evangélico e frequentava a Igreja Adventista do 7º dia. Seu corpo está exposto à visitação pública de parentes e amigos no Velório do Cemitério Parque Jardim das Flores e será sepultado hoje, às 10 horas, no Cemitério Parque Jardim das Flores.
Outro caso
Pedro Lucas Barbieri Alves, de dois anos e seis meses, morreu na manhã de anteontem no Hospital de Base de Rio Preto, cinco dias após a segunda internação. Na primeira, ficou 22 dias internado com suspeita de leishmaniose. Antes de procurar o HB, a família do menino afirma ter peregrinado por um mês e meio pelas UPA da Zona Norte e Jaguaré, Santa Casa e pelas UBSs do Santo Antônio, Jardim Americano.
Os sintomas apareceram no dia 26 de abril. Dois dias depois, os pais buscaram atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento). A primeira suspeita foi dengue. Três dias depois, como a criança não melhorava, Alves e Tereza levaram o filho até a Santa Casa. De acordo com a família, um pediatra examinou o garoto e solicitou um exame de hepatite C. Após exames, a criança foi internada na pediatria do HB com suspeita de leishmaniose. Foram 22 dias de internação. No período, segundo os pais, Pedro Lucas não tomou a vacina contra o vírus H1N1 para não interferir no tratamento. Duas semanas depois de receber alta, o garoto
voltou a passar mal e precisou ser novamente internado, na sexta-feira da semana passada.
A doença
A gripe suína é uma doença que tem como conseqüência uma variante do vírus H1N1. Seu contágio através das vias aéreas, como a gripe comum, com contato diretamente ou indiretamente, por meio das mãos com objetos contaminados, o vírus também se espalha, inclusive pelo próprio ar ambiente.
Os sintomas são muito parecidos com a gripe comum, estão incluídos: febre alta, cansaço, dores musculares, tosse, fadiga, surgiram pessoas com vômitos e diarréias.Os indivíduos com febre, acompanhada de tosse e/ou dor de garganta devem buscar avaliação médica antes de completar as primeiras 48 horas dos sintomas. Esta avaliação pode ser realizada ambulatorialmente, nos postos de saúde. Somente os casos avaliados como graves é que serão encaminhados para o pronto-socorro hospitalar. Nos finais de semana, em que os postos de saúde estão fechados, o pronto-atendimento é prestado no Mini-Hospital “Fortunata Germana
Pozzobon”.
No começo do mês, a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Votuporanga divulgou os números referentes ao balanço parcial da campanha de vacinação contra o vírus H1N1, responsável pela transmissão da gripe pandêmica. Mais de 35 mil pessoas já receberam a dose da vacina entre trabalhadores da área da saúde, gestantes, portadores de doenças crônicas, crianças de seis meses a quatro anos e adultos de 20 a 39 anos.