J.L.Pavam
pavam@acidadevotuporanga.com.br
O Rotary Club de Votuporanga, em parceria com as Secretarias municipais de Saúde e da Cidade, lança amanhã, a partir das 9 horas, na Praça Cívica (em frente à Concha Acústica), uma campanha de conscientização para combater a dengue. A organização é da Comissão de Tolerância Zero para o mosquito da dengue, presidida pelo médico Joaquim Figueira da Costa, membro do Rotary.
“A nossa preocupação com a dengue já vem de há algum tempo, desde quando contraimos a doença. Ao fazer uma aplicação de radioterapia em São José do Rio Preto, eu, minha esposa Vanda e ex-vice-prefeito Rames Cury, depois de três dias, tremíamos de febre e de dor no corpo por causa da dengue adquirida lá”, emendou. Votuporanga possui mais de 1800 casos suspeitos e mais de 700 positivos.
Segundo o médico, a dengue é uma doença extremamente perigosa, principalmente para quem tem baixa resistência. O Estado de São Paulo chegou a bater em junho o recorde de todos os tempos e as mortes por dengue crescerem 94% no país. As cidades paulistas com mais casos, de acordo com Figueira da Costa, são Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente.
Ele informou que a campanha de conscientização deve durar pelo menos seis meses, com distribuição de folhetos explicativos e de sementes de crotalária. O médico explica que a crotalária é uma planta que atrai a libélula, inseto que se alimenta de larvas de outros insetos, ou seja, é o maior predador do Aedes aegypti, transmissor da dengue. "As sementes é para que a população plante no fundo de seus quintais. A Saev Ambiental também vai plantar crotalária nos fundos de vales em toda a cidade", disse. "Temos que conscientizar a população e agir rapidamente, antes do período chuvoso", recomenda o médico rotariano.
Assim como ocorreu em outros anos, a explosão de casos de dengue registrada no País em 2010 está longe de ser uma surpresa. Epidemias da doença no Brasil obedecem um comportamento padrão. Uma onda de casos se alastra por determinadas áreas, atinge seu pico e só retrocede quando parte da população foi contaminada e se torna resistente ao vírus.
Desde 2009, há alerta para retorno do vírus tipo 1, que não circulava havia tempos. O resultado é refletido nas estatísticas: 120% casos a mais que o registrado em 2009. A perspectiva para 2011 não é das melhores: a circulação do vírus deve se manter e há risco de uma legião de suscetíveis ser contaminada. Só há uma forma de evitar esse drama anunciado: a redução drástica do mosquito transmissor da doença.