Andressa Aoki
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A campanha de combate à dengue denominada como Tolerância Zero contra o mosquito da dengue, foi lançada ontem pela manhã na Praça Cívica. Os membros do Rotary Club de Votuporanga apostam na plantação de crotalária para eliminar o mosquito da doença, Aedes aegypti. A ação conta com o apoio das Secretarias de Saúde e da Cidade, além da Saev Ambiental (Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente).
O presidente da comissão, Joaquim Figueira da Costa, falou sobre os benefícios da planta. "Houve experiências em outras cidades que utilizaram a crotalária. Quando floresce, atrai a libélula que se alimenta das larvas do mosquito. É uma forma biológica de acabar com o vetor. Os resultados em outros municípios foram positivos", explicou. Edson Genari, da Secretaria Municipal de Cidade, sabe da importância da planta no combate ao dengue. Ele distribuiu unidades de sementes de crotalária durante o lançamento da campanha. "Pode ser plantada em lata também. O único detalhe é que gosta muito de sol", orientou. A crotalária demora de 90 a 120 dias para florir e com isso, auxiliar na erradicação do mosquito.
O aposentado Sebastião Bezerra dos Santos, de 72 anos, apoiou a iniciativa. "É excelente para evitar dengue no mosquito no nosso quintal. Vamos colaborar com a cidade na luta contra a doença", disse. A Saev Ambiental está cultivando a planta em fundo de vales e em áreas baldias. Além disso, as Associações de Bairros farão trabalho de casa a casa para que cada um faça a sua parte na eliminação de focos de dengue. "Vamos continuar atuando nas escolas, trocando sorvetes por criadouros", ressaltou Joaquim.
Ele explicou que o Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses) fez um levantamento nos bairros para sair em quais locais estão com maior incidência do mosquito. A análise, de acordo com o presidente da comissão, apontou Pró-Povo, São João e Distrito Industrial. "Em dezembro faremos um novo estudo para saber se houve diminuição nos bairros. Iremos premiar aqueles que tiveram melhora significativa", enfatizou.
A responsável pelo setor de Informação, Educação e Comunicação do Secez , Viviane Ferrarezi, fez um alerta para as donas-de-casa em época de tempo seco. "É muito importante redobrar os cuidados com vasos de plantas e com bebedouro de animais. Só jogar água fora não é suficiente. É preciso passar escova com sabão", disse. Ela afirmou ainda que os ovos do mosquito precisam de calor para eclodir, mas podem esperar até 1 ano e dois meses para isso ocorrer. "Mesmo com a queda da temperatura, não pode descuidar", ressaltou.
Apesar dos cuidados, Viviane destacou que Votuporanga está fazendo a sua parte. "Temos número de casos menor em comparação com os outros municípios, inclusive há bastante pessoas que adquiriram a doença em outras cidades", contou.
Uma barraca foi montada na Praça Cívica junto a Concha Acústica onde foram desenvolvidas atividades educativas e dinâmicas que orientam a população sobre as ações que devem ser tomadas para controlar a proliferação do mosquito transmissor da doença Aedes aegypti."Queremos mostrar que é possível transformar criadouros em brinquedos (garrafas plásticas em jogo de argolas e uma piscina vazia com areia em pesca). Além disso estamos testando o conhecimento das pessoas. Elas têm conhecimento sobre a dengue, está na hora de por em prática", afirmou.

Dados
 Atualmente Votuporanga registra 708 casos de dengue desde o início do ano, além de 1.815 casos notificados pela Secretaria. Durante todo o ano a Secretaria de Saúde desenvolve inúmeras ações, como campanhas e visitas nas escolas, para orientar a população e conter o avanço da doença e a proliferação do mosquito no município, “mas, o apoio da população na limpeza de seus quintais é a ação mais efetiva no trabalho de combate ao mosquito”, afirma Viviane. Mais informações ou sugestões sobre a dengue no município pelo Disk Dengue, 0800 770 9786.