Votuporanga recebeu 580 doses, distribuídas preferencialmente nos quatro pontos de surto
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
A Secretaria de Saúde está preparando uma campanha de vacinação contra a catapora nas unidades escolares do município. Votuporanga recebeu 580 doses do Estado de São Paulo, que a princípio, irão atender os quatro pontos que estão com surtos da doença: os Cemeis (Centros Municipais de Educação Infantil) dos bairros Pozzobon, Parque das Nações, Pró- Povo e São João. Atualmente são 350 casos de catapora.
Ainda de acordo com a assessoria da pasta, a Secretaria definirá detalhes sobre a campanha da imunização depois do dia D neste sábado contra poliomielite. Na 1ª etapa, que ocorreu em junho, foram imunizadas 4.141 crianças menores de cinco anos. É imprescindível que as crianças sejam vacinadas nas duas fases.
O médico infectologista da Vigilância Epidemiológica, Jucival Fernandes, esteve nesta semana na Rádio Cidade no programa Ronda da Cidade (das 11 às 12 horas) para falar sobre catapora. "A população tem que estar atenta com relação a doença. Na maioria dos casos, a catapora ou varicela é uma doença benigna, acontece que como qualquer doença infecto- contagiosa quando o paciente apresenta um problema de saúde de base ou defesa baixa, em estágio mais frágil, tem um risco maior de preocupação. A gente sabe que paciente que tem HIV, se adquire qualquer doença tem potencial de complicação muito maior. Não tem necessidade da população ficar alarmada porque é benigna", disse.
Ele destacou que quando os primeiros sintomas de febre entre 37,5° e 39,5°, mal-estar, inapetência, dor de cabeça, cansaço aparecerem, a mãe deve levar ao médico. "Os postos de saúde estão aptos a captar qualquer suspeita, a mãe tendo suspeita deve procurar orientação médica", afirmou.
Jucival também enfatizou tendência menor a disceminação de doenças. "Não devemos esquecer que houve melhorias nas questões socioambientais, as doenças estão associados com a condição da vida. Nesta época do ano, em que as pessoas tendem a ficar mais concentrados
e é uma doença que transmite via respiratório, existe um aumento na prevalência
de casos de catapora", emendou.
O médico disse ainda que existe vacina para a doença. "Existe vacina, mas não é oferecida pela rede pública, somente em medidas de contensão quando há um estudo epidemiológico e é disponiblizada pelo Estado". Ele enfatizou que no ano passado foram registrados 19 casos e este ano, mais de 300. "O profissional de saúde não é obrigado a informar a Vigilância Epidemiológica do caso. Acreditamos que está vendo maior maturidade neste sentido. Este ano a gente pode acompanhar maior número de comunicados, no ano passado 19 e este ano, 300.
Vigilância eficaz e atenta a detectar o problema para atuar em cima dele", informou.
Alguns registros da doença foram em creches. "Foram tomadas providências. Temos maior concentração no Pozzobon e adjacências, mas a doença é fácil de ser transmitida. Para 10 pessoas que nunca tiveram e tem contato com um doente, 9 adquirem a doença. Imagine em uma creche em que as crianças ficam em contato íntimo e pega as coisas dos outros, trocando objetos", explicou.