Provedor do hospital e médicos cardiologistas apresentaram um balanço sobre as cirurgias cardíacas
Andressa Aoki
andressa @acidadevotuporanga.com.br
A Santa Casa de Votuporanga tem uma história bem recente no que se refere a cirurgia cardíaca. O primeiro procedimento realizado foi em setembro de 2007, sendo que o primeiro marcapasso em novembro do mesmo ano. A primeira cirurgia bancada por um convênio foi em janeiro de 2008. Os números se tornaram maiores com o credenciamento do SUS (Sistema Único de Saúde) em maio do ano passado.
O provedor da instituição, Luiz Fernando Góes Liévana, destacou o início da trajetória. "Quando foi feita a primeira cirurgia, nem fiquei sabendo. Com o credenciamento, podíamos atender poucas pessoas por conta do recurso do SUS. É uma luta constante pedir o aumento do teto para cirurgia cardíaca", afirmou.
O diretor Luiz Alberto Bressan lembrou que o trabalho de credenciamento esbarrou no posicionamento técnico do Ministério, que a área tinha que ter cobertura de 600 mil habitantes e Votuporanga não atingiu o número, pelo fato de Rio Preto ter este serviço. "O deputado abriu as portas, quando trouxe verba", destacou.
Segundo o administrador do hospital, Mário Homsi Bernardes, a Santa Casa investiu R$ 1,8 milhão para serviços de alta complexidade. "Entretanto, o ambulatório indicou 170 pessoas com diagnóstico para cirurgia cardíaca ou angioplastia. O AME (Ambulatório Médico de Especialidades) permitiu isso, a excelente qualidade de serviço e estrutura", frisou.
O cardiologista Antônio Carlos Brandi destacou que foram realizadas 202 cirurgias, sendo que destas, houve dois óbitos. Do total dos procedimentos, 80% foi pelo SUS. "A taxa de mortalidade é de 1%, sendo que a americana é de 4,5%", afirmou.
O médico Paulo Henrique Botelho enfatizou que o hospital atende a várias cidades da região. "A população não quer mais operar em outro lugar. Muitas pessoas da região e de outros Estados procuram se tratar aqui. Temos que achar uma solução para diminuir a fila", disse.
Com relação à fila de espera, Brandi ressaltou que o problema é administrativo, mas que sobra para a equipe médica. "O SUS é feito para quem não tem condições de pagar. Mas, todo mundo conhece alguém e quer ser passado na frente. Respeitamos a fila e só encaminhamos primeiro os casos de urgência", ressaltou.
O deputado estadual Vaz de Lima ressaltou que São Paulo sempre foi visto como primo rico. "O secretário de Saúde, Luiz Barradas Barata, mostrava o orçamento e sempre teve que pôr um pouco mais. A mesma desproporção no Congresso, também ocorre no SUS, a distribuição não é feita de forma igualitária. O paciente vem do Acre para Rio Preto, e você tem que atender. Porque ele é um cidadão brasileiro. O problema é que o correspondente para o seu atendimento não vem junto. A Santa Casa está pagando a conta por se tornar um centro de referência na área", afirmou. Ele acrescentou que junto com o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes, fez um trabalho de erguer a Santa Casa de Rio Preto, instalando a UTI neonatal e acrescentando 10 leitos.
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