Secretaria da Saúde contabilizou 22 cachorros com a doença confirmada; 12 aguardando resultado
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Dois votuporanguenses estão com suspeita de leishmaniose. A informação foi da Secretaria da Saúde, durante audiência pública realizada na tarde de ontem. A secretária Fabiana Parma disse que existem 22 cachorros com a doença confirmada e mais 12 aguardando resultados.
"Já estávamos realizando trabalho, antecipando a entrada do mosquito palha. Toda a região estava acometida e já esperávamos os casos. Realizamos estudos em parceria com a Secretaria do Estado para identificar o raio de abrangência de alcance do mosquito, para que não se alastre", explicou a secretária.
Fabiana ressaltou que na cidade há focos dispersos, mas com bastante concentração nas Vilas das Paineiras e América. "O Ministério da Saúde proibiu a vacinação antirrábica, porque você corre o risco de sacrificar um animal que já tomou a vacina. Não tenho como comprovar que foi vacina ou doença", disse.
O Centro de Zoonoses de Votuporanga registrou a entrada de 60 animais e, em contrapartida, contabilizou a saída de 64 no último trimestre. As notificações, ao todo, foram de 357. O vereador Mehde Meidão Slaiman Kanso perguntou se algum trabalho de orientação foi realizado com a população. "Está sendo feito de casa em casa, nas áreas principais da doença. Temos o diagnóstico ambiental e estamos estudando qual dejeto pode contribuir com a leishmaniose como árvores grandes que geram sombra sem raios solares ou locais úmidos com restos de frutas. A partir de novembro, um informativo será entregue na conta da Saev Ambiental", destacou a secretária.
Em entrevista ao jornal A Cidade, ela pediu o apoio da população. "Existem os animais que são assintomáticos (ausência de sintomas) ou apresentam unhas compridas e perda de pelo. Vale ressaltar que a situação está controlada", destacou.
Leishmaniose é causada por infecção pelos protozoários do gênero Leishmania, os quais se espalham através da picada de mosquitos palha ou birigui. Há várias formas de leishmaniose, sendo que as mais comuns são a cutânea, que causa feridas na pele, e visceral, que afeta alguns órgãos internos como fígado, medula óssea e baço. Geralmente a doença acomete cães sadios, enquanto que nos humanos tem predileção por pessoas com imunidade diminuída.
O cão, após ser contaminado por um mosquito infectado, apresenta um período de incubação que varia de dois meses a 6 anos.Os sinais mais comuns da doença são problemas de pele e pelo (dermatite seborréica, falta de pelo ao redor dos olhos, feridas na ponta das orelhas e na ponta do focinho), crescimento exagerado das unhas, emagrecimento, apatia, febre, sangramento nasal ou oral, problemas nos olhos, pode haver aumento do abdômen por causa do aumento de órgãos (baço e fígado), problemas renais. No entanto, mais da metade dos cães portadores não apresenta sinais.
Dengue
A secretária também falou sobre a dengue. "O prefeito [Nasser Marão Filho] nomeou um comitê para acompanhar as ações de dengue e envolve a maioria das secretarias. A doença ainda depende da chuva. Na seca, os casos diminuem bastante. Se não houvesse criadouro, não haveria mosquito", destacou. De janeiro a outubro, o município registrou 1965 casos suspeitos de dengue e 720 positivos.
O presidente da Câmara Municipal, Osvaldo Carvalho da Silva, sugeriu que Votuporanga voltasse com a ação Cidade Limpa. "Teremos um arrastão em novembro. É difícil a mão-de- obra para trabalharmos na Secretaria. O pessoal da Secretaria de Serviços Urbanos se desdobrem em mil para tentar resolver. Mas não pode ser exceção. Temos um projeto para contratar quatro pessoas e ter um caminhão para tornar a atividade, uma rotina", frisou.
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