Leidiane Sabino

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No ano de 2011, a Secretaria de Saúde de Votuporanga realizou 2.981 coletas de amostras para diagnóstico de leishmaniose, com 613 cães positivos; quatro casos humanos, sendo dois óbitos. Em 2012, já são 5.834, com 876 casos positivos em animais. Foram realizados 16 exames em humanos em 2012 e são 11 positivos. O veterinário do Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses), Elcio Sanches Esteves Júnior, e a médica infectologista Regina Sílvia Chaves estiveram ontem no programa Jornal da Cidade, da Rádio Cidade, e falaram sobre a doença.

A doença é transmitida por meio do mosquito palha (que pica o animal contaminado e transmite a outros animais ou humanos). O calor é mais propício para a procriação do mosquito, porém a leishmaniose tem incubação lenta e os sintomas podem demorar para aparecer, até mais de cinco anos nos cães. 

Elcio explicou que há dois anos, Votuporanga não tinha registro da doença, mas que agora os casos estão crescendo muito rápido.

A infectologista disse que os médicos estão em alertas e têm feito diagnóstico precoce, às vezes, com sete dias de sintomas. Lembrando que a doença pode levar à morte. 

Tratamento em animais

O veterinário disse a leishmaniose em humano tem cura. “Porém, o animal tem apenas a cura clínica, a doença continua nele”. Além disso, Elcio destacou que a Legislação Brasileira e o Ministério Público de Votuporanga enxergam o tratamento de leishmaniose em animal como uma ação ilegal. O Conselho Regional de Medicina Veterinária também é contra o tratamento. 

O município começou este mês a realizar um novo tipo de exame, que é o teste rápido, atendendo protocolo do Ministério da Saúde. Primeiro é realizado o teste rápido como método para a triagem dos cães positivos, e, na sequência, o exame “Elisa” para a conclusão do diagnóstico. “O teste rápido tem acerto muito maior que os outros exames e está disponível apenas na rede pública”, disse Elcio. 

As pessoas que apresentarem algum sinal da doença devem procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa. 

Primeiros sintomas nos animais: queda de pelo, emagrecimento, aparecimento de íngua, engrossamento da pele do focinho e das patas, conjuntivite, aumento da unhas, feridas no corpo. 

Sintomas em humanos: febre irregular de longa duração (mais de sete dias), falta de apetite, emagrecimento, fraqueza e barriga inchada (pelo aumento do fígado e do baço, com o passar do tempo).