Leidiane Sabino
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Em entrevista exclusiva o jornal A Cidade, a secretária de Saúde do município, Fabiana Arenas Stringari de Parma, contou que o grande desafio do ano foi o combate à Leishmaniose. Em 2011, a cidade teve seis casos da doença, com dois óbitos; em 2012 foram 19 casos e dois óbitos. Foram 1.642 animais diagnosticados no ano. Para diminuir a quantidade de casos, somente com a ajuda da população, que precisa manter os quintas limpos e livres de material que possibilitem a sobrevivência do mosquito Palha.
Por enquanto, a eutanásia dos animais contaminados é a única conduta adotada, seguindo orientação do Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde, para segurança da população e cães sadios.
Neste ano, para combater a doença, o município realizou arrastões ambientais em sete regiões onde foram registrados casos humanos. Foram retirados mais de 350 caminhões de material orgânico. Os agentes do Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses) realizaram manejos ambientais em 870 residências, visando a retirada de matéria orgânica (galhos, frutos, folhas, fezes, entre outros).
Mais de seis mil galinhas foram retiradas das residências com o intuito de prevenir o aumento da população do vetor. Também foram doadas 54 caçambas para pessoas comprovadamente carentes para que fizessem a limpeza de suas residências.
De acordo com pesquisa da Fiocruz, em casas com galinhas e porcos, o risco de se contrair a doença é aumentada de duas a quatro vezes.
Foram realizadas visitas hospitalares e nas residências e entorno dos casos positivos em humanos, visando prevenção. Além de avisar sobre os casos positivos, o agente também faz a vistoria do ambiente e também a pesquisa da doença no humano.
A Secretaria de Saúde também fez a pulverização nas proximidades das residências com casos humanos.
Desde agosto de 2010, o município coletou sangue e examinou 12.500 animais. Mais de 2.400 foram castrados desde o início de 2011, visando o controle de animais domésticos no município. “Além disso, fizemos campanhas em rádio, TV, reuniões, palestras, educação nas escolas, eventos, cartazes, panfletos e capacitação constante da equipe”, disse a secretária.
A Saúde de Votuporanga também participou e apoiou grupos de pesquisadores nas ações preventivas e de combate.
Para mudar esta realidade, a população precisa ajudar. “Limpando sistematicamente os quintais, retirando matéria orgânica e poda de árvores; prevenir a doença nos animais com o uso da coleira repelente impregnada de deltametrina 4%, passar adiante informações recebidas, colaborar com a equipe do Secez nas ações desenvolvidas, comunicar a Secretaria Municipal da Saúde no caso de animais suspeitos e procurar mais rapidamente possível o médico em suspeita de casos humanos”, falou a secretária.
Secretaria
Fabiana destacou que pretende continuar como secretária de Saúde, a sua permanência depende apenas do anúncio do prefeito Junior Marão, o que deve acontecer nos próximos dias.