Restrição das cirurgias é por causa dos custos, que não eram pagos com repasse do SUS
Da Redação
A Santa Casa de Votuporanga enviou uma nota oficial sobre a suspensão das cirurgias. O fato foi divulgado com exclusividade pelo jornal A Cidade de Votuporanga na edição de ontem.
A diretoria do hospital informou que as internações/cirurgias eletivas (em que não há urgência ou risco para o paciente) estão suspensas desde o último dia 2 de janeiro de 2013. A instituição esclarece que o atendimento de urgência e emergência continua garantido, assim como todos os outros serviços prestados à população, apenas os procedimentos eletivos estão cancelados. “A restrição das cirurgias eletivas acontece, simplesmente, porque não conseguimos mais pagar e suportar os custos destes procedimentos apenas com os repasses do contrato SUS”, alega.
Por falta de tempo hábil para as negociações com todos os hospitais sob gestão Estadual e preocupada em inviabilizar qualquer possibilidade de repasse de recursos para estes Hospitais, em virtude do encerramento dos contratos, a Secretaria de Estado da Saúde solicitou à Santa Casa de Votuporanga a prorrogação do contrato com o Sistema Único de Saúde (SUS)”, até conseguirmos, sob bases sólidas de informação, com estudos de demanda e capacidade de oferta, efetivarmos a renegociação contratual”, afirma.
Durante o ano de 2012, a Santa Casa conseguiu manter seus atendimentos aos pacientes e usuários do SUS, em razão de um aporte de recursos por parte da Secretaria de Estado da Saúde, na ordem de R$ 326.950,52 mensais, que complementaram os valores do contrato SUS da instituição e minimizaram o déficit dos serviços prestados ao SUS.
“Este recurso foi viabilizado como incremento ao teto financeiro SUS do Hospital, porque conseguimos comprovar duas situações específicas: a) que nas internações de média e alta complexidade não estávamos recebendo nem mesmo o valor SUS de faturamento destes procedimentos; e b) que estávamos apresentando uma demanda por serviços como laboratório, implante de marcapasso, densitometria óssea, cateterismo cardíaco e angioplastia, superior à quantidade prevista em nosso contrato SUS”, ressalta.
O hospital diz ainda que o deputado estadual Carlos Pignatari e também o prefeito de Votuporanga, Junior Marão, tiveram participação efetiva na conquista deste recurso, que foi repassado até o mês de dezembro de 2012, quando venceu nosso contrato SUS. “O contrato foi prorrogado a pedido da Secretaria de Estado da Saúde, mas, até o momento, não conseguimos prorrogar o Termo Aditivo que nos garantiu, durante o ano passado, o repasse do valor complementar de R$ 326.950,52 por mês”, explicou.
Foi agendada para o próximo dia 14 de fevereiro, audiência na Secretaria de Estado da Saúde, com o objetivo de retomar as negociações de renovação do contrato SUS ou de prorrogação do Termo Aditivo, que garantiu o repasse de valores complementares.
“O objetivo desta Diretoria é trabalhar para manter este grande patrimônio de Votuporanga, esta Santa Casa, com todos os serviços que, com muita luta, conseguimos constituir. Trabalhamos também para que seja dado à Santa Casa o valor que ela merece, e precisamos muito do apoio e da compreensão de toda a população de Votuporanga e região a esta causa que é de todos nós”, finaliza.