Proposta seria conscientizar crianças, que abordariam com os pais em casa, sobre a importância de se combater os criadouros de dengue
Adelice da Silva esteve ontem no Conseg
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
O Conseg (Conselho Comunitário de Segurança)/Centro, recebeu na manhã de ontem Adelice Aparecida da Silva e Patricia Amancio, ambas da Secretaria da Saúde, setor de Controle de Endemias e Zoonose, para falar sobre a dengue na cidade.
Adelice destacou que a secretaria estuda implantar um projeto na rede municipal de ensino que vise conscientizar as crianças sobre a dengue. A proposta seria semelhante ao Proerd ( Programa Educacional de Resistência às Drogas), que é desenvolvido pela Polícia Militar, com o intuito de conscientizar as crianças sobre as drogas e álcool.
Para elas, trabalhar com a criança é retorno garantido. “A criança cobra dos pais, vira um fiscal, e isso para nós é muito importante”, frisou Adelice. O foco do trabalho seria no Ensino Fundamental (do 1.º ao 5.º ano).
Exames estão proibidos
Neste ano, foram registrados 693 casos positivos de dengue, e 1.600 notificados.
Adelice explicou que com 558 casos confirmados, parou-se de fazer exames em Votuporanga, para se constatar a doença. “Só se tiver necessidade e o médico cobrar”, destacou. Com a cidade decretando estado de epidemia, os laboratórios reduziram os exames, alegando que o estabelecimento passa ser também uma área de transmissão de dengue. Adelice comentou que hoje o médico tem livre acesso para avaliar os sintomas da pessoa e determinar se esta tem ou não a doença.
Em 2010 quando Votuporanga decretou epidemia com 1.052 casos confirmados, Adelice disse que a maioria das vítimas era mulher, com idade entre 20 e 40 anos.
Idosos e crianças também estavam entre as vítimas, pois conforme o estudo, estes ficavam mais em casa.
Ela explicou que machos e fêmeas alimentam-se de néctar de plantas (carboidratos), mas as fêmeas necessitam de sangue para a maturação dos ovos, alimentando-se da maior parte de animais vertebrados, mas mostrando predileção pelo ser humano. Picam durante todo o dia, principalmente nas primeiras horas da manhã e ao entardecer, podendo haver prolongamento desse período principalmente em locais iluminados onde não houve presença de fonte de alimentação nos períodos preferenciais.
Fiscalização
Quando existe um caso suspeito, nove quadras passam a ser analisadas. Quando é confirmado, o monitoramento passa para 25.
Quando os agentes não conseguem entrar em uma casa para verificar possíveis criadouros do mosquito por duas vezes seguida, é acionada a Vigilância Sanitária, que pode multar.
Adelice descarta receitas caseiras que têm como proposta matar ou inibir a presença do mosquito, como por exemplo, álcool com cravos e repelentes caseiros.
Na cidade, é verificado há cinco anos a dengue tipo 1. Entretanto, em São José do Rio Preto, já existem casos da dengue tipo 4. Mais uma vez, Adelice pediu para que as pessoas cuidem de seus quintais e monitorem seus vizinhos.