Andressa Aoki
O vereador Pedro Beneduzzi fez duras críticas a Santa Casa de Votuporanga. Ele usou como exemplo o caso de Regina Conceição Vilas Boas Malaquias. Ela aguarda há mais de um ano uma cirurgia e quando o procedimento foi marcado, o médico não operou porque estava abalado com a morte de um amigo. “Faço uma pergunta: se morrer 10 pessoas, alguém que precisa de cirurgia urgente, o médico não vai fazer? Estão jogando a mulher para lá e para cá”, ressaltou.
Ele afirmou que as pessoas no hospital fazem o que querem. “Fizeram preparo da mulher das 16h ate às 10h do dia seguinte. Como pode deixar uma paciente sem comer para no dia seguinte falar que não pode operar?. Essa é nossa Votuporanga. O prefeito Junior Marão, quando provedor, ganha um selo de qualidade bonito, trabalhado, mas as pessoas vem e derrubam. Os médicos fazem o que querem. Eles mandam na Santa Casa e fazem o que quer. O pobre é quem leva, nunca o pobre vai ter alguma coisa na instituição”, enfatizou.
Pedro Beneduzzi disse ainda que não sabe quando o SUS (Sistema Único de Saúde) vai marcar a cirurgia. “Eles fazem exame na mulher tudo de novo. Dizem que a saúde está arrebentada e está mesmo. Fazem o mesmo exame tudo de novo”, argumentou.
E as críticas continuam. “Não adianta o hospital ter a imagem como é, se lá dentro, para atender, as coisas são difíceis. Reclama-se que não tem dinheiro, mas não faz o que deve ser feito”, concluiu.
Santa Casa explica
Segundo a assessoria da Santa Casa, o vereador Pedro Beneduzzi foi recebido na Ouvidoria do hospital impondo que a Santa Casa agendasse a cirurgia da paciente, desconsiderando os resultados dos exames pré-operatórios. Não obstante ao atendimento da Ouvidoria, o provedor Valmir Antônio Dornelas, em respeito à Câmara de Vereadores, ao papel e importância do trabalho de nossos representantes, foi pessoalmente, explicar ao vereador que a Diretoria e a Administração do Hospital não podem interferir em conduta médica e que cabe aos Diretores do Hospital oferecer estrutura física, materiais e profissionais para garantir que os procedimentos cirúrgicos eletivos ou de emergências sejam realizados. Não cabe à Diretoria definir se um paciente deve ou não ser operado ou ainda discutir o momento adequado para a realização de cirurgias. Essa é uma competência que cabe apenas aos médicos. Na mesma ocasião, o provedor também deixou claro que a Diretoria está aberta a ouvir sugestões, críticas e elogios de situações que de fato sejam de responsabilidade da Santa Casa. O próprio vereador, inclusive fez inúmeros elogios ao atendimento prestado pela Ouvidoria do hospital.