Segundo Secretaria, de 5 a 15% dos cidadãos não deixam os agentes de saúde visitar os imóveis; atitude prejudica o combate à dengue
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
No combate à dengue, há moradores de Votuporanga que não fazem a sua parte e também não deixam os agentes de saúde trabalharem, proibindo que os profissionais entrem em suas casas. De acordo com a Secretaria de Saúde, a recusa varia de 5 a 15%, dependendo dos bairros.
Atitudes que prejudicam a guerra contra o mosquito Aedes Aegypti. Nestas situações, os servidores, uniformizados e com crachá de identificação, são orientados a tentar convencer os munícipes sobre a importância da vistoria para o controle do mosquito. Entre as desculpas mais usadas pela comunidade estão que o proprietário do imóvel não está presente e, portanto, não autorizou a vistoria ou que a pessoa (que atendeu os funcionários) está atrasada para um compromisso.
Não são apenas os agentes de saúde que encontram empecilhos em exercer suas funções. Os pulverizadores da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), também são barrados por moradores. “Quando um quarteirão é pulverizado, sendo que uma casa recusou, a bomba consegue espalhar o veneno atingindo também a residência que não aceitou o procedimento, porém reduz a eficácia no interior do imóvel que não abriu suas portas”, explicou a secretária de Saúde, Fabiana Parma.
Atualmente, há uma legislação que prevê multas para os cidadãos que não aceitem a entrada da equipe da Saúde. O Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses) notifica o proprietário do imóvel e aguarda a resolução do problema. Caso não tenha sido solucionado até o retorno da equipe, o proprietário é autuado pela Vigilância Sanitária.
Projeto de lei
Está tramitando na Câmara Municipal um projeto de lei que possibilita que o Poder Público solicite autorização judicial e força policial, a fim de auxiliar os agentes de saúde na execução do trabalho de erradicação de criadouros da dengue. Fabiana Parma aprova a iniciativa. “Se houver lei que respalde, será mais uma importante ação para somar ao trabalho de combate à dengue”, ressaltou.
Casos
De janeiro de 2014 até o momento, foram registrados 219 casos confirmados por exame laboratorial e 1.864 de suspeita clínica, totalizando 2.083 casos no município. Há mais 90 que entraram esta semana para investigação clínica de dengue.