Em Votuporanga, diversas estratégias foram adotadas pela Secretaria da Saúde para intensificar o número de imunizados
Com o surgimento de casos de febre amarela em macacos na região, a Prefeitura de Votuporanga intensifica o alerta para que toda a população esteja em dia com a vacina contra o vírus. Ela é gratuita e está disponível em todos os Consultórios Municipais, de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h.
Além das unidades de saúde, as doses estão sendo disponibilizadas em postos volantes montados pela Secretaria Municipal da Saúde em locais estratégicos para garantir a efetiva imunização dos moradores.
Um deles será instalado próximo à mata localizada aos arredores dos bairros atendidos pelo Consultório Municipal “Dr. Ruy Pedroso”, no Palmeiras I. “Estamos adotando estratégias para que possamos alcançar o maior número de pessoas vacinadas, protegendo-as da febre amarela. O vírus circula pela região e precisamos nos manter atentos diante dessa realidade”, explica a secretária da Saúde, Márcia Reina.
Também fazem parte da força-tarefa, agentes comunitários de saúde e de endemias, fornecendo orientações para eliminação de criadouros do Aedes Aegypti. Eles fazem avaliação das carteiras de vacina dos moradores, e conforme a necessidade, também encaminham para vacinação.
De acordo com o informe técnico expedido aos municípios pela Secretaria de Estado da Saúde, a região de São José do Rio Preto é considerada de risco para a transmissão da febre amarela, sendo registrado um caso de óbito humano da doença em Rio Preto, e a morte de vários primatas na região. Em Votuporanga, um caso humano foi notificado como suspeito da doença em 2016, mas foi descartado após o resultado do exame sorológico.
A enfermeira responsável pelo Setor de Imunização, Danieli Fortilli explica o novo esquema de vacinação contra a febre amarela. “Há alguns anos a imunização para os adultos valia por 10 anos e a imunização ocorria com apenas uma dose. Atualmente, são aplicadas duas doses, sem a necessidade do reforço a cada 10 anos. Esta vacina faz parte do calendário de rotina de vacinas e disponibilizada para os bebês por meio de três doses – aos seis meses de vida, nove meses, e aos quatro anos, a última dose” - pontua.
Para o médico da Vigilância Epidemiológica, Dr. Luciano Figueira é injustificável que ainda hoje há pessoas acometidas por um tipo de doença que pode ser prevenida através da vacina, e que é oferecida gratuitamente pela rede pública de saúde. “O poder público faz o seu papel e espera-se o comprometimento da população. Pedimos as pessoas, a população de Votuporanga, que atualizem a carteira de vacinação, se necessário, tomem a vacina contra a febre amarela. Infelizmente, esta doença volta a ser realidade em nossa região” – alerta o médico.
Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (pele e olhos amarelados) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e bexiga).
O Setor de Controle de Endemias e Zoonoses (Secez) toma as providências necessárias, como monitoramento, visitas de rotina, orientação, pulverização, mutirão a cada 15 dias, bem como o bloqueio de criadouros do mosquito Aedes aegypti, que além de transmitir a dengue, o zika e a febre do chikungunya, transmite ainda a febre amarela.
A equipe de profissionais de saúde do Consultório Municipal do Palmeiras permanecerá com o posto volante instalado à rua Presidente Dutra nº 1459, das 8h às 12h .
Cuidado
Caso o morador encontre algum macaco aparentemente adoentado, morto, ou já em estado de decomposição, não manter qualquer tipo de contato com o animal, e ligar imediatamente para a Vigilância Ambiental – 0800 770 9786.
Transmissão e Prevenção
A febre amarela ocorre nas Américas do Sul e Central, além de em alguns países da África e é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti.
Além da vacina contra a febre amarela, a prevenção da doença deve ser feita evitando a disseminação do mosquito transmissor. Recipientes como caixas dágua, latas e pneus com água parada são ideais para que a fêmea do mosquito deposite seus ovos, de onde nascerão larvas, e se tornarão mosquitos.
Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados. Outras medidas de prevenção são o uso de repelente de insetos e mosquiteiros.