Serviço teve início em fevereiro de 2012 no Hospital, levando esperança e transformando a vida de aproximadamente 670 pessoas
A doação de órgãos é o ato mais nobre do ser humano, é a solidariedade a favor do próximo. Há seis anos, a Santa Casa de Votuporanga leva esperança e salva vidas com o serviço, por meio da Comissão Intra-Hospitalar de Transplante (CIHT), implantado em fevereiro de 2012.
A primeira córnea foi realizada no dia 14 de fevereiro, transformando todo o sofrimento da família enlutada em vida. Desde então, foram feitos 331 procedimentos de córneas e quatro de múltiplos órgãos, beneficiando aproximadamente 670 cidadãos. Números que mostram o quanto a comunidade é solidária, mesmo em um momento tão delicado para a família: a morte de um ente querido.
No ano passado, o Hospital comemorou a captação inédita de coração. Além do coração, foram retirados fígado, rins e córneas. “Em seis anos, conseguimos ampliar o número de famílias dispostas a doar e, consequentemente, aumentamos a disponibilização de órgãos e tecidos”, contou a enfermeira coordenadora da Comissão, Kelly Roberta Trindade Almeida.
A captação de órgãos só acontece quando a morte cerebral é constatada e há autorização da família. Todo o trabalho técnico e de abordagem de familiares é feito pela CIHT, equipe especializada e treinada para essa aproximação. Para realizar uma captação é fundamental que as equipes de enfermagem, médica, serviço social, recepção e também os profissionais que atuam na Comissão Intra-Hospitalar de Transplante (CIHT) atuem em sintonia, para que os óbitos de potenciais doadores sejam rapidamente comunicados e as famílias abordadas.
Kelly frisou a importância das pessoas expressar seu desejo de doar órgãos, mas que a decisão é da família enlutada. “O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. Para isso, fazemos trabalho de conscientização sobre a importância do diálogo, que é o diferencial para o aumento da captação”, disse.
A enfermeira destacou a satisfação da equipe neste serviço. “Cada caso nos dá a certeza de que valeu a pena. São pessoas que aguardam transplantes por anos e que são salvas pela solidariedade do outro, que não o conhece, mas que sabe que do luto, pode nascer a vida”, complementou.
Para os próximos anos, o desafio é ampliar ainda mais o número de procedimentos de múltiplos órgãos. “Estamos atuando intensamente para este objetivo. A captação é uma tarefa árdua e um gesto nobre de amor ao próximo. Parabenizo a equipe multidisciplinar pelo excelente trabalho e aproveito para agradecer também as famílias dos doadores neste período. Vocês, mesmo em um momento de dor, pensaram no próximo, o sim deu uma nova chance para os pacientes transplantados”, afirmou o provedor da Santa Casa, Luiz Fernando Góes Liévana.
CIHT
A Comissão está vinculada à Equipe da OPO-SJRP (Organização de Procura de Órgãos do Hospital de Base) que promove a ligação com a rede Nacional de Transplantes. A CIHT oferece a chance de doar os órgãos e multiplicar o gesto e insere a Instituição no Sistema Nacional de Transplante (SNT).
A equipe é formada pela enfermeira coordenadora - Kelly Roberta Trindade Almeida; enfermeiros Bruno Henrique Chiqueto, Jéssica Eusebio Tonin Sakamoto, Vanessa Benacci da Silva; técnico de enfermagem Wilson Luis Poloni e os médicos Dra. Ligia Maria Duarte Tellis, Dra. Natalia Acquaroni Gondim, Dr. Luiz Augusto Antunes Glover e Dr. Wagner Moneda Telini.