A amamentação cruzada é quando o bebê é amamentado diretamente por outra mulher, que não sua mãe, por não ter leite suficiente ou não poder amamentar. Ainda muito comum entre mães e bebês, a prática estabeleceu-se culturalmente ao longo das gerações, embora, hoje é contraindicada pelos órgãos oficiais de saúde, Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
A solução adequada nestes casos é recorrer aos Bancos de Leite Humano (BLH), que oferecem o leite devidamente analisado e pasteurizado.
O BLH de Votuporanga em consonância com as orientações regulamentadas pelos órgãos oficiais de saúde, faz um alerta às mães e familiares sobre esta atitude comum e aparentemente inofensiva.
Tal gesto é considerado altamente perigoso à saúde do recém-nascido por aumentar os riscos de transmissão de doenças infectocontagiosas através desse leite, quando amamentado diretamente por outra mulher.De acordo com coordenadora do Banco de Leite Humano de Votuporanga, Danúbia Franco é necessário reforçar a informação de que a amamentação cruzada, comum no Brasil antigo, e que nos acompanha desde a época das amas de leite, é veementemente condenada pelos órgãos oficiais de saúde. “Este ato pode incorrer em danos gravíssimos ao bebê. Desde 1985, com o surgimento da Aids, a amamentação cruzada deixou de ser indicada. A contraindicação pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde é para o HIV e o HTLV, além de hepatite B ou C, herpes simples ou zoster, sarampo, caxumba ou rubéola”.
A “mãe-de-leite”, mesmo com uma aparência saudável, pode ter adquirido alguma doença assintomática, portanto, esse tipo de amamentação não é recomendado.
Para as mães que possuem dificuldade em amamentar, ou com pouco excedente de leite é fundamental procurar pelo Banco de Leite, que em Votuporanga, está localizado em prédio anexo à Policlínica “Dr. Alberto Pesciotto”. “O Banco de Leite Humano, apesar de captar leite de muitas mulheres, realiza um rigoroso processo de pasteurização, tomando as medidas de higiene e controle necessárias, além de analisar as amostras para garantir que as doadoras não possuam nenhuma doença. Nossa equipe de profissionais está aqui para oferecer o leite de forma segura, sem riscos, aos bebês que necessitam desse apoio para sobrevivência”.
Em artigo publicado, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), também ressalta as diferenças entre o leite oferecido diretamente pela mãe e o que é doado para o Banco de Leite Humano. “No Banco de Leite o leite é tratado e, por isso, isento de qualquer possibilidade de transmissão de doenças. A mãe não deve amamentar outra criança que não seja o seu filho. Mesmo se esta mãe estiver com os exames normais ou se teve uma gravidez tranquila, ela pode estar em uma janela imunológica, e esse bebê correr o risco de contrair alguma doença”.
Além disso, conforme o artigo da Fiocruz, existem medicamentos que podem contraindicar a amamentação. Quando existe a amamentação cruzada, a “doadora”, se estiver em tratamento de alguma patologia, pode passar, através desse leite, algumas substâncias de risco para o bebê.