Em humanos, a leishmaniose visceral acometeu uma pessoa e nenhuma foi diagnosticada com a forma tegumentar da doença
Atualmente os casos registrados em animais estão sendo diagnosticados em todos os bairros, de forma geral (Divulgação/Prefeitura de Votuporanga)
Gabriele Reginaldo
gabriele@acidadevotuporanga.com.br
Segundo dados da Secretaria da Saúde de Votuporanga solicitados pelo A Cidade, 52 cães tiveram o diagnóstico positivo da leishmaniose nos três primeiros meses do ano na cidade. De acordo com a pasta, em 2018 foram coletadas 335 amostras de sangue de cães. Em humanos, a leishmaniose visceral acometeu uma pessoa e nenhuma foi diagnosticada com a forma tegumentar da doença. A Secretaria não registrou óbito por conta da leishmaniose.
“Atualmente os casos registrados em animais estão sendo diagnosticados em todos os bairros, de forma geral”, explicou a pasta.
No mesmo período do ano passado, 868 cães foram notificados, sendo 129 diagnosticados com a leishmaniose. Segundo a pasta, em humanos, nove casos foram registrados, e três deles evoluíram a óbito, em decorrência de outros problemas de saúde associados.
Segundo a Vigilância em Saúde, da Prefeitura de Votuporanga, a partir das notificações de suspeita da doença nos cães, ações de bloqueio são iniciadas imediatamente pelo município com o manejo ambiental, pulverização e a coleta do sangue dos cães para análise laboratorial no entorno da área.
“Além da coleta de rotina do sangue dos animais, a Vigilância em Saúde atende as notificações para coleta de sangue, orienta a população sobre o manejo ambiental, realiza castrações, a pulverização nos imóveis e, por fim, a eutanásia. Todas essas estratégias planejadas pela Secretaria da Saúde no controle da proliferação do mosquito palha são criteriosamente aplicadas em conformidade com protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde”, afirmou a Secretaria.
Cuidados
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, o proprietário do animal deve tomar alguns cuidados para que seu cão e sua família mantenham-se livre da doença, como por exemplo, não soltar o animal para passear sozinho; manter casa e quintal sempre livre de materiais orgânicos; recolher constantemente frutas, folhas de árvores e restos de madeira, pois esses materiais acumulam umidade e favorecem a criação do mosquito transmissor; embalar e recolher o lixo corretamente; encoleirar o cão (com a coleira impregnada com deltametrina 4%); e adotar a posse responsável do animal, não permitindo que o mesmo fique solto nas ruas.
Ações de Prevenção
Para conter o avanço da doença no município, a Prefeitura por meio da Secretaria da Saúde desenvolve as ações de vigilância em conjunto com as Vigilâncias Epidemiológica, Ambiental e Sanitária, como treinamentos para os profissionais do serviço de saúde; monitoramento dos casos humanos e dos casos animais; monitoramento do estado de saúde do caso humano, desde o diagnóstico e tratamento, com medicação, ofertada pela Secretaria do Estado; manejo ambiental e limpeza de quintais; visitas mensais pelos agentes de saúde e endemias; inquérito canino, com as coletas de sangue dos animais; pulverização das residências, nos casos positivos para humano; coleta e transporte do material dos cães, realizados no Instituto Adolfo Lutz, IAL/RIO PRETO.
Programa de Encoleiramento
Questionada sobre o programa de Encoleiramento para a prevenção da doença no município, a Secretaria da Saúde de Votuporanga informou que o programa foi executado na cidade entre 2014 e 2015 pelo Ministério da Saúde com as parcerias da Secretaria Municipal de Saúde, IAL (Instituto Adolfo Lutz) e Unifev, e atualmente não existe mais.
“O governo federal convidou o município a participar do Programa por um período pré-determinado de dois anos. Foram ofertadas coleiras suficientes para a realização de quatro etapas da ação. A prevenção da leishmaniose é dever de toda população e o uso isolado da coleira não é suficiente para o controle dessa doença”, explicou a pasta.