Coordenador da Rede de Saúde Mental do Município esteve em Belo Horizonte para explicar o perfil das crianças e adolescentes que usam álcool
(Foto: Divulgação/Prefeitura de Votuporanga)
Votuporanga foi destaque em evento internacional. O trabalho do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas, órgão da Prefeitura de Votuporanga gerenciado pela Santa Casa, foi evidenciado no V Congresso Internacional Transdisciplinar sobre a criança e o adolescente, realizado de 25 a 28 de julho, em Belo Horizonte.
O trabalho intitulado "Análise comparativa do perfil de morbimortalidade dos transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool em relação ao uso de outras substâncias psicoativas em crianças e adolescentes no Brasil nos últimos 5 anos" foi escolhido entre aproximadamente 1.000 inscritos para apresentação oral após aprovação de uma comissão científica formada pela Faculdade de Medicina da UFMG, com a Universidade Paris Diderot e com a Universidade Pierre et Marie Curie (Hospital Pitié Salpêtrière).
Reinaldo Antônio de Carvalho, coordenador da Rede de Saúde Mental, participou do Congresso enquanto pesquisador da UNIFESP e Unifev. O estudo abriu a mesa de discussão sobre a cultura e o laço social.
Ele contou como surgiu o trabalho. “No CAPS, atendemos crianças e adolescentes da Fundação Casa às quartas-feiras à tarde. Certa vez, os alunos do curso de Medicina questionaram a taxa de mortalidade deste público. Levantamos os dados no DataSUS dos últimos cinco anos. Fizemos o cruzamento das informações de adolescentes usuários de álcool e de outras drogas”, disse.
O resultado da pesquisa chamou atenção, pois apresentou que o álcool mata duas vezes mais que a droga ilícita. “A taxa de maior mortalidade é entre 15 e 19 anos. As bebidas alcoólicas são o uso inicial dos entorpecentes, com histórico familiar”, ressaltou.
Reinaldo enfatizou que, durante o Congresso, o estudo foi evidenciado. “Houve uma discussão bem relevante pelo álcool ser uma substância socialmente aceita, mas que faz mais vítimas”, afirmou.
O coordenador contou o trabalho do CAPS para este público. “Eles passam por avaliação psiquiátrica e atendimento em grupos terapêuticos e individuais, abrangendo assistência aos pais. Ficamos muito felizes de ter um projeto selecionado devido à grandiosidade do evento”, enfatizou.
Ele ressaltou a importância de participar de eventos de pesquisa. “É necessária a mobilização da sociedade para debatermos a negligência na saúde do adolescente, um ciclo da vida que se perde. Não se trata com pediatra e nem com clínico geral. Quanto mais participarmos de eventos na proporção, mais tratamos de questões de saúde específicas, vislumbrando uma assistência ainda melhor”, finalizou.