Projetos na Santa Casa destacam a humanização dos atendimentos, aproximando familiares da assistência
Após o nascimento, a UTI Neonatal permite visitas das 8 às 20h, sem limite de permanência (Foto: Santa Casa de Votuporanga)
“O verdadeiro amor acontece por empatia”. Já dizia o jornalista e escritor brasileiro, Arnaldo Jabor. Empatia tem tudo a ver com humanização. A Santa Casa de Votuporanga acredita que para melhorar a assistência é preciso, antes de mais nada, de se reconhecer no paciente, se colocar no lugar do outro.
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal prioriza o vínculo do bebê com a família, como forma de potencializar o tratamento. O parto prematuro e a hospitalização do neném na UTI Neonatal configuram-se como uma situação angustiante para os pais, podendo incorrer em uma desestruturação transitória do núcleo familiar, fragilizando a rotina. Para amenizar essa experiência desafiadora dos pais nos cuidados hospitalares durante a permanência dos filhos, a equipe promove projetos especiais.
O acolhimento para as mamães inicia-se já no período pré-parto. Havendo a possibilidade de ocorrência de parto de risco e de internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, os pais se sentem impotentes, o que contribui para o desequilíbrio emocional e aumento dos níveis de ansiedade da família. As gestantes são assistidas por enfermeiras e médico da Unidade de Terapia Intensiva e a estrutura física é apresentada. Essa estratégia inicia a formação do vínculo entre a família e a equipe antes do procedimento de risco. A internação da mãe é acompanhada de perto em todos os momentos.
Após o nascimento, a UTI Neonatal permite visitas das 8 às 20h, sem limite de permanência. “Torna-se imprescindível a interação e comunicação entre a equipe e os pais para que compreendam a situação em que a criança se encontra, suas necessidades e possibilidades, as normas e rotinas da unidade. Os pais fazem parte do nosso time. Toda esta participação é muito importante para o atendimento, contribuindo para a formação de laço de afeto e ensinando a mãe para o cuidado com a criança”, complementou Dra. Lara Galvani Greghi, responsável técnica da UTI Neonatal.
Para as mamães que não residem em Votuporanga, o Hospital disponibiliza acomodações para aquelas que não têm onde ficar durante a internação. “É um grande diferencial oferecermos essa possibilidade, de forma gratuita, pensando nos benefícios para o paciente e em como esta relação sai mais fortalecida”, destacou.
As visitas dos avós são permitidas duas vezes na semana e do irmão, previamente agendadas. “Queremos o envolvimento de todos neste processo de recuperação, fomentando ainda mais o vínculo parental. Cada participação repercute positivamente na assistência”, afirmou Dra. Lara.
Método Canguru
E não tem como falar de humanização, sem lembrar do método Canguru, modelo de assistência ao recém-nascido prematuro e sua família, internado na UTI Neonatal. “Nele é estimulada a presença dos pais na unidade neonatal com o livre acesso e a participação nos cuidados com o filho. Estes devem ser individualizados, respeitando o sono e o estado comportamental do recém-nascido. São orientados a tocar o filho e a realizar a posição canguru (contato pele a pele) precocemente, contribuindo para melhora do vínculo com o bebê, aumento no ganho de peso, diminuição dos dias de internação”, explicou.
O provedor da Santa Casa, Luiz Fernando Góes Liévana, enfatizou que a Instituição preza pela humanização. “Estes projetos enchem nossa rotina hospitalar de amor, carinho e cuidado com os pacientes. Os pais se tornam protagonistas na assistência, contribuindo potencialmente para a recuperação e alta. Nossos parabéns a toda equipe da UTI Neonatal”, finalizou.