No Dia Nacional de Combate ao Câncer, Analine Pereira da Silva Gomes destacou os benefícios do apoio
É um percurso que faz parte da rotina de muitos que deparam com a doença (Foto: Santa Casa de Votuporanga)
Receber o diagnóstico de uma doença como o câncer mexe com a vida de qualquer pessoa e de todos que estão à sua volta. Por mais que hoje em dia há mais informação sobre a doença, a notícia ainda causa grande impacto psicológico. Em alguns casos, vem de repente, por meio de um exame de rotina que nada tinha a ver com a doença, o que desperta sentimentos difusos, como raiva, negação, ansiedade, até, por fim, aceitação.
É um percurso que faz parte da rotina de muitos que deparam com a doença. Mas, além de trabalhar essa questão consigo mesmo, ainda é preciso repassar a notícia aos familiares e amigos. Na semana em que se comemora o Dia Nacional da Luta contra o Câncer, celebrado nesta quarta-feira (27/11), o SanSaúde quer ressaltar a importância do acompanhamento psicológico para o paciente. “Durante o tratamento podem surgir sentimentos confusos e de difícil compreensão com os quais a pessoa não consiga lidar sozinha. A ciência hoje afirma que, à medida que o indivíduo está emocionalmente bem, isso pode empoderá-lo à superação diante das adversidades do cotidiano e, inclusive, do processo de tratamento do câncer”, afirmou a psicóloga Analine Pereira da Silva Gomes.
A principal dificuldade é o medo: de morrer, da cirurgia, das quimioterapias, dos efeitos colaterais, de ficar careca, de deixar os filhos… A maioria relata afastamento de pessoas próximas e decepção. Procurar apoio é importantíssimo – seja o apoio da família, dos amigos, no hospital, em plataformas especializadas em psicologia. “O acolhimento deve iniciar imediatamente, no período que antecede o diagnóstico. Muitas vezes o indivíduo pode se sentir ansioso, preocupado e amedrontado com a possível confirmação”, complementou.
Analine destacou os benefícios de apoio emocional. “São muitos, dentre eles: espaço para promover autoconhecimento, relaxamento, autoestima, motivação e empoderamento. Desenvolvimento de habilidades para enfrentamento de situações difíceis, bem como promover práticas educativas relacionadas à saúde, mudança de hábitos e o próprio fortalecimento do sistema imunológico são algumas melhorias”, enfatizou.
Família
A participação da família no processo de diagnóstico e tratamento é muito importante como suporte e enfrentamento. “Não raras vezes a família também precisa de ajuda. O medo de perder alguém querido e as dificuldades práticas relacionadas ao tratamento (falta de dinheiro, cuidados, apoio emocional) atingem também de uma forma profunda os familiares. Durante o tratamento, a angústia e a ansiedade quase sempre estão presentes. Por este motivo é recomendado que procurem orientação de um profissional de psicologia”, disse a profissional.
Amigos
O papel dos amigos é fundamental como rede de apoio e para se ter uma vida dentro do padrão da normalidade –acompanhar em consultas, exames, quimioterapias, radioterapia, cirurgias, leitura e busca de informações sobre a doença, estilizar lenços ou perucas, maquiagem, fazer visitas, passeios e lazer dentro que for possível!