A situação epidemiológica da dengue, o manejo clínico e a prevenção de óbitos pela doença foram o foco do evento que reuniu dezenas de convidados
De acordo com o Superintendente da Sucen, a região de Rio Preto já está mantendo a liderança nos casos de dengue há muito tempo. (Foto: Prefeitura de Votuporanga)
A Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura de Votuporanga promoveu nesta quarta-feira (4/3) um Encontro Regional sobre Dengue “Situação Epidemiológica, Manejo Clínico e Óbitos por Dengue” na Sala Cinema Cultural do Centro de Cultura e Turismo “Marão Abdo Alfagali”, no Parque da Cultura. O evento contou com palestras importantes, e reuniu especialistas e sumidades no assunto que explanaram sobre o tema.
O Prefeito João Dado e a Secretária da Saúde do Município, Márcia Reina, recepcionaram o Superintende da Sucen/SES-SP, Dr. Marcos Boulos, e sua equipe, que abordaram a Situação Epidemiológica da Dengue, o manejo clínico e a prevenção de óbitos pela doença. Participaram do evento, profissionais de saúde de Votuporanga e região, assim como os estudantes dos cursos da área de Saúde da Unifev.
Para o Prefeito, é fundamental discutir a situação da dengue e as formas de combate efetivas. “O fenômeno da dengue tem sido cruel com a nossa gente. Reconhecemos o esforço incansável da equipe da Secretaria da Saúde, em nome da Secretária Márcia Reina, mas é necessário discutir ideias, formas de combate ao Aedes, que traz um grande flagelo para nossa população. Minha palavra aqui é a de oferecer todo apoio do Poder Público às ideias que trouxerem, e estamos determinados a cumpri-las”.
“A dengue é um dos grandes problemas de saúde pública do nosso País. Essas discussões técnicas são muito importantes para subsidiar os programas voltados ao combate às arboviroses e, consequentemente, os profissionais de saúde, para as ações de prevenção no Município. Principalmente, em um momento em que verifica-se casos de sarampo, zika e Chikungunya em todo o País”, ressalta a Secretária da Saúde.
Boulos apresentou dados importantes e mostrou como a dengue evolui e de que modo evitar a evolução para casos mais graves. “Com o aumento do número de casos de dengue e da mortalidade no Estado de São Paulo, é importante mostrar este panorama, sobretudo, para a área clínica e como conduzir os casos para evitar os óbitos”.
De acordo com o Superintendente da Sucen, a região de Rio Preto já está mantendo a liderança nos casos de dengue há muito tempo. “Todas as vezes divulgamos as ações necessárias e não há mudança no comportamento da população, os criadouros são sempre os mesmos - é o pratinho da planta, a caixa d’água destampada, a calha entupida, copos plásticos pelo quintal. Fala-se sempre a mesma coisa e continua tudo igual. Não é culpabilizar, é tentar mudar um hábito”.
O especialista explicou ainda o motivo desse aumento exponencial dos casos de Dengue no Estado. “Os números da Dengue subiram assustadoramente, mas não porque aumentou o Aedes, e sim porque nós tivemos um novo sorotipo circulante, o sorotipo 2. Temos quatro sorotipos. O 1 circulou e predominou no Estado de São Paulo durante os últimos 7, 8 anos. E há uns 3 ou 4 anos verificamos o aumento dos casos do sorotipo 2, e em 2019 ele prevaleceu.
A população não tinha defesa imunológica contra o tipo 2, só tinha contra o 1, e então, surgem muitos casos de dengue, mesmo com menos Aedes. Se a pessoa já teve dengue antes, ela não terá mais do sorotipo ao qual teve, ficará imune a este determinado sorotipo”, detalha Boulos.