A votuporanguense Fany Castrequini Vancini, 39 anos, e sua filha de 14 anos viveram um drama nos Estados Unidos
Fany Castrequini Vancini mora com a família em Orlando, no estado da Florida, nos EUA (Foto: Arquivo Pessoal/A Cidade)
Daniel Castro
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A votuporanguense Fany Castrequini Vancini, 39 anos, e sua filha de 14 anos viveram um drama nos Estados Unidos. As duas contraíram coronavírus (Covid-19) e passaram por momentos complicados, mas que nunca deixaram de acreditar e ter fé.
Atualmente professora do ensino fundamental e estudante, Fany mora em Orlando com o esposo e dois filhos: uma menina de 14 anos e um menino 11 anos. Ela já morou quase 15 anos nos EUA, voltou para o Brasil algumas vezes e, desta vez, está há três anos na Flórida.
Mãe e filha foram infectadas no final de fevereiro. “Começamos a sentir falta de ar, dor de garganta e febre. Até então, aparentemente estava tudo tranquilo, não se falava muito ainda, mas como ela tem asma e se classifica como grupo de risco para doenças respiratórias, fui instruída a entrar em contato com o hospital”, contou. Elas foram acompanhadas por telefone, e receberam a orientação para procurarem a emergência em caso de piora.
Foi o que aconteceu. No quinto dia, a menina pirou bastante e não conseguia respirar direito, então, por volta da meia noite, foi levada para o pronto socorro em Orlando. “Não se falava em Hidroxicloroquina até então. Medicaram ela para melhorar a respiração e fizeram vários exames e testes, apenas nela, pois o estado dela estava pior e tínhamos os mesmos sintomas”, explicou.
A garota foi liberada de madrugada. De manhã, a médica entrou em contato com a família e informou que não gostaria de internar a menina, já que poucos leitos estavam disponíveis e os sintomas eram considerados “suaves”. “Eu preferi assim, ficamos em casa, tomamos cuidado com meu marido e meu filho e logo começou a quarentena geral. Graças a Deus, eles não pegaram”, falou.
Em alguns momentos, Fany teve receio de algo mais grave acontecer: “confesso que por algumas poucas vezes tive muito medo do pior, mas não por nossos sintomas, e sim pelo que a mídia nos mostrava. Por 10 dias aferindo a febre dela, e cada vez que a temperatura estava alta, eu clamava a Deus para que não passasse daquilo. Me preocupava muito meus pais aí no Brasil, e não queria assustá-los”.
Com o passar dos dias, os sintomas foram “acalmando”, no entanto a falta de ar persistiu por algumas semanas. A mãe melhorou mais rápido do que a filha. Elas seguiram sendo monitoradas pelo telefone até que tudo passou. “Foi um susto grande, mas, graças a Deus, passou”, destacou.
A votuporanguense garante que não teve medo de morrer. “E nem de perder minha filha. Muitas vezes, consigo ter fé em Deus no meio das turbulências e essa foi uma delas. Deus me susteve, afinal meus filhos precisavam da minha calma”, concluiu.