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Saúde
Especialista em TEA fala sobre inclusão no ‘Abril Azul’: ‘precisamos saber conviver com essas diferenças’
Giselli Medalha Melegati fonoaudióloga especialista em TEA explicou as possibilidades desde o diagnóstico até a inclusão
O mês de abril é marcado pela campanha ‘Abril Azul’, como mês de conscientização sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista). Em meio a uma sociedade cada vez mais aberta às diferenças, a fonoaudióloga especialista em autismo Giselli Medalha Melegati falou sobre a importância do trabalho de inclusão e acolhimento das pessoas com esse espectro.
Em entrevista exclusiva à Cidade FM, Giselli, que também é supervisora ABA e pós-graduada em reabilitação vestibular pelo Albert Einstein, destacou a importância do diagnóstico que quanto mais precoce, maior a evolução e autonomia alcançadas pela criança, o que muitas vezes possibilita a redução do nível de suporte necessário.
“Quando a gente fala em inclusão, ainda tem um paradigma muito grande sobre isso. Diminuir as limitações [de pessoas com TEA] a gente só consegue com as intervenções corretas, a primeira maneira da gente diminuir essas limitações e ter uma boa inclusão é essa aceitação do diagnóstico e o início das intervenções adequadas”, destacou Giselli.
Giselli fala que normalmente pais e responsáveis têm o costume de adiar o processo, muito por se compararem.
“Não, mas porque o pai dele também falou tarde, porque isso é birra de criança, vai passar, ai o pai vai protelando e o autismo é um espectro, quando falamos em espectro, sabemos que isso pode evoluir e regredir, mas não se sai dele. Quanto mais tempo demora-se o diagnóstico, mais longe o desenvolvimento vai ficando da idade cronológica, maior vai ficando o nível de suporte”, disse.
A partir do primeiro mês, ela relata que os pais podem já notar algumas características na criança. “Mesmo bebê ela já apresenta, aos 18 meses hoje já é possível fazer um diagnóstico preciso”, completou durante a entrevista.
A profissional explica que as intervenções adequadas, normalmente, demandam muitas horas dedicadas à criança. “Tem crianças que ficam na terapia 40 horas semanais, 50 horas semanais, 20 horas semanais, dependendo dos níveis de suporte. Só conseguimos diminuir as limitações com as intervenções corretas, as terapias recomendadas na quantidade correta”, completou.
Na prática, isso não é fácil, mas quando a criança conquista mais independência e autonomia, a inclusão melhora significativamente, conforme detalhou Giselli. “Diminuindo essas limitações, a gente consegue aumentar essa inclusão e ser uma muito mais sucedida, na prática ela não é tão fácil, mas essa criança quando tiver mais independência quando ela tiver mais limitações e mais autonomia a gente consegue melhorar essa inclusão”, relatou.
Com o passar do diagnóstico, durante a infância escolar, por exemplo, essa criança terá mais autonomia e uma propensão melhor ao aprendizado. “A aceitação do diagnóstico é fundamental. Quanto antes os pais perceberem sinais ou características como atraso em algumas áreas do desenvolvimento e fala atrasada, mais sucesso terão ao procurar ajuda precocemente”, afirmou a profissional.
Sinais Giselli continua a explicar que existem sinais mais característicos do autismo, como o atraso na fala, a falta de contato visual, o interesse irrestrito em um único objeto ou tema, o brincar não funcional e estereotipias quando ansiosos. Outra característica é a seletividade alimentar, com a grande maioria tendo dificuldade em aceitar determinados alimentos.
“É fundamental buscar um profissional capacitado para um diagnóstico adequado. Não é porque alguém é um neurologista infantil ou um fonoaudiólogo que ele é especialista em TEA. A sociedade precisa estar preparada para a inclusão, pois não existem pessoas diferentes, apenas formas diferentes de pensar e processar informações. Precisamos saber conviver com essas diferenças, pois pensamos de maneiras diferentes, mas isso não nos exclui da sociedade”, relatou ela.
Atualmente acontece um aumento significativo na demanda por diagnósticos de autismo. Giselli explica que a conscientização e os estudos possibilitam a identificação de mais casos, que muitas vezes passavam despercebidos. No entanto, as escolas ainda não estão preparadas para receber crianças com autismo. Muitas vezes, negam a matrícula por falta de profissionais capacitados para lidar com essas crianças.
“As escolas não estão preparadas ainda para ter uma criança dessa em sala de aula e geral é mais de uma. Ela às vezes nega matrícula, não tem o profissional capacitado para lidar com a criança. Os profissionais da equipe multidisciplinar têm que estar em contato sempre com essa escola, fazendo reuniões com essa coordenação e professores para que seja elaborado um plano de ensino para aquelas crianças de acordo com a necessidade de desenvolvimento dela. A maior responsabilidade de fazer essa criança ter uma inclusão melhor é fazer um acompanhamento”, relatou ela.
Desafios A profissional Giselli ainda falou sobre os desafios atuais que pais, crianças e até os próprios trabalhadores que lidam com pessoas atípicas têm enfrentado. O maior deles é serem aceitos na sociedade. “O principal desafio é essas crianças serem aceitadas na sociedade. Na teoria é lindo, mas na prática não é tudo isso. Quando se fala no transtorno e diz que não tem problema com isso, mas na prática você começa a entender que ela não é uma criança difícil de lidar, que não tem modos, que é agitada, isso muitas vezes foge do controle dos pais”, disse ela.
Por exemplo, ao ir em uma festa eles enfrentam a dificuldade do som muito alto, por serem sensíveis ao barulho.
“Eles começam a ter privações da vida social também, porque não é qualquer lugar para eles [pais] levarem os filhos, porque não é adequado para eles. Essa inclusão é muito difícil, os pais encontram desafios. Mas o principal deles é o julgamento das pessoas, o olhar de que ‘se fosse meu filho eu não faria assim’, o não entendimento do transtorno, que acaba tendo mais julgamentos do que empatia. Todos nós hoje podemos estar nessa situação, ninguém está livre”, completou.
Conhecimento Ela ainda volta a explicar que o preconceito está enraizado, mas que as famílias deveriam se preparar porque ninguém é “imune” a ter um filho ou familiar com o transtorno.
“Isso afetará a todas as famílias muito em breve, nós estamos aumentando muito os diagnósticos por conhecimento. Mas antes não tinha muitos casos de autismo, nós não tínhamos era conhecimento. Eram aquelas crianças que ficavam jogadas sem diagnóstico, que iam para a escola especial porque não conseguiam a ler e a escrever. A gente sabe que isso acontecia muito e hoje podemos suprir essa falta com o tratamento após o diagnóstico”, falou a profissional.
Atendimento Para quem ainda sente dúvidas sobre o diagnóstico ou que queira começar um tratamento junto com a fonoaudióloga especialista em autismo Giselli Medalha Melegati ela atende em Votuporanga no Espaço Integrado, na rua Mato Grosso, nº 4163, na bifurcação da avenida Vale do Sol ou por meio do telefone (17) 99817-3784.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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