Da Redação
A Cooperativa Arquetípica de Teatro de São José do Rio Preto subirá ao palco do Centro de Convenções Jornalista Nelson Camargo em Votuporanga no dia 12 de novembro, às 20 horas, com o espetáculo "Rasto atrás", o espetáculo foi um dos contemplados no Prêmio Funarte de Teatro Myriam 2010. A entrada custa R$ 10.
"Rasto atrás" foi apresentado recentemente no Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT) e também nos Festivais de Bernardino de Campos (Festar) e São José dos Campos (Festivale). A circulação seguirá no próximo ano com Londrina, Maringá e Curitiba no Paraná, Uberlândia, Uberaba e Poços de Caldas em Minas Gerais e Jales e São José do Rio Preto no estado de São Paulo.
“Ainda que Jorge Andrade seja um dos maiores dramaturgos nacionais, tanto pelo número de obras publicadas quanto pela qualidade de seus textos, recentemente tem recebido poucas encenações. Especificamente “Rasto atrás” obteve raras montagens por se tratar de um texto com muitos atores no elenco, com idades variadas”, afirma Eduardo Catanozi.
Com a execução deste projeto, a Cooperativa Arquetípica de Teatro direciona novamente os refletores para essa peça de Andrade, conferindo-lhe atualidade temática e estética. A atualidade temática existe pois, ainda que a peça tenha sido publicada em 1965, a falta de comunicação entre pais e filhos e entre o artista e o seu público mostra-se recorrente.
A atualidade estética justifica-se porque o texto de “Rasto atrás” propõe uma simbiose entre a linguagem teatral e a cinematográfica (por meio das projeções no cenário) bastante característica da contemporaneidade. Ainda de acordo com o diretor do espetáculo, “Talvez a proposta de Andrade em 1965 possa ser plenamente executada apenas hoje, com os recursos de que dispomos”, Aleph Teruya Eichemberg, é responsável pela criação das imagens que serão projetadas nos cenários.
Sinopse
Em “Rasto atrás”, o dramaturgo Vicente encontra-se em crise com a sua produção teatral e vê na sua conturbada relação com o pai o motivo de seu conflito pessoal. Decide, então, partir rasto atrás (artimanha em que a caça confunde o caçador) e retornar à sua terra natal, no interior do estado. Nessa viagem, mergulha nas intricadas trilhas da memória, revisitando o seu passado e o de sua família. Enquanto o pai aspira para o filho uma vida mais apegada à terra e à cultura rústica, o garoto apega-se aos livros e à cultura erudita, projeto de vida que o afasta do pai.
Segundo Eduardo Catanozi, “essa distância entre pais e filhos retratada no texto de Jorge Andrade ainda se mantém bastante atual”, motivo pelo qual o grupo optou por montar essa peça. Ainda segundo o diretor, “o texto possui uma carpintaria raramente vista na dramaturgia brasileira, além de uma comunicação bastante direta com a platéia.”
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