Campanha dos Rotary Clubs de Votuporanga e Novo Milênio foi considerada a maior ação votuporanguense
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
A noite de terça-feira foi de muito trabalho para os rotarianos do clube de Votuporanga e Novo Milênio. Todos estavam envolvidos na campanha de doação de sangue, que ultrapassou os limites da cidade e chegou em toda a região.
A ação teve início às 17 horas e seguiu até as 23 horas, no Colégio Comercial. Durante as seis horas de trabalho, passaram pelo local 235 pessoas, que se disponibilizaram a fazer a doação. Foram coletadas 192 bolsas de sangue. "Eles passavam por uma entrevista e enfermeiros faziam uma triagem. Com isso, 43 estavam inaptos", explicou o organizador e idealizador do evento, Eduardo Gusmão Romeiro, membro do Rotary Novo Milênio. Por causa do movimento, foram colocadas cadeiras na calçada da escola para que os interessados pudessem
esperar de forma confortável.
Além da coleta no local, mais de 100 pessoas ficaram sem o atendimento. "Só não atendemos mais, porque não tinha mais tempo e a equipe estava muito cansada. Os alunos do Colégio Comercial não puderam participar, porque muita gente de fora veio até Votuporanga para a campanha", destacou.
O organizador contou que vieram "moradores de Nova Luzitânia, Sebastianópolis do Sul e outras cidades. A todo momento, parava uma van. A procura foi muito grande", enfatizou.
A proporção que chegou a campanha tem um motivo. Segundo o rotariano, foi realizado um trabalho interno da Santa Casa de Votuporanga e os veículos de comunicação apoiaram a causa. "O Lions também me procurou para distribuir panfletos em um evento", complementou.
A campanha foi considerada pelas enfermeiras do Hemocentro como a maior ação que Votuporanga já teve. "O município não faz coleta, somente o pessoal de Fernandópolis, que pertence a Ribeirão Preto e visita a região", justificou.
Para que todos os interessados possam doar sangue, a responsável do Hemocentro de Fernandópolis irá falar com a diretoria para marcar uma nova data para a campanha. "O intuito é que a ação seja ainda este mês, porque depois os estudantes entram em férias", emendou.
A ideia de promover a campanha surgiu em sua época de faculdade. "Quando estudava em Marília, na faculdade tinha. Depois de uns anos, entrei no Rotary e consegui colocar em prática.
A intenção é que cresça e que todos os Rotary's da região promovam ação como esta", ressaltou. Eduardo complementou dizendo que falta sangue nos bancos. "Diminuem as doações no período de férias e de viagens. Não tem como armazená-lo por muito tempo", frisou.
O Brasil é um país de referência em segurança transfusional. Após a doação, o sangue é submetido a nove tipos de exames, capazes de identificar doenças como a aids, sífilis, doença de Chagas e hepatites. O doador também passa por um exame clínico que inclui uma entrevista.
Nela, é verificado se o doador esteve em situações de risco acrescido, como ser usuário de drogas ou ter praticado sexo sem proteção. Se isso aconteceu, ele é automaticamente descartado como doador. Todos os hemocentros prestam orientações sobre os cuidados antes que o sangue seja doado.
Para ser um doador de sangue, o indivíduo tem que ser saudável, ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos e não ter sido contaminado por doença transmissível. A recomendação do Ministério da Saúde é que as pessoas doem sangue, no máximo, três vezes ao ano. Os homens podem doar a cada três meses e as mulheres, a cada quatro meses, devido aos intervalos do ciclo menstrual.
Cada doador contribui com 450 mililitros de sangue, que é colocado numa bolsa plástica lacrada para evitar a contaminação e armazenado em geladeiras especiais, onde a temperatura é regulada. Se o resultado dos exames for negativo para todas as doenças, o sangue pode ser usado pelos próximos trinta dias, quando vence a validade. Mas, a utilização é tão requisitada que dificilmente fica guardado por mais de uma semana.
A transfusão é necessária em cirurgias de grande porte, como as pontes de safena, também para hemofílicos, para pessoas que sofrem de câncer e se submetem à quimioterapia e para pacientes de hemodiálise. No total, são cinco milhões de transfusões por ano. O sangue também é usado para a produção de remédios hemoderivados, como os fatores de coagulação.
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