Porém, como alertaram os médicos, a operação deve ser o último recurso contra a obesidade
Paciente deve ser acompanhado por, pelo menos, cinco especialistas
Nos últimos cinco anos, o número de cirurgias de redução de estômago aumentou quase 90% no Brasil – e agora, não há mais limite de idade para operar pelo SUS e pacientes com 16 anos também podem fazer.
Segundo os médicos, o paciente deve tentar primeiro perder peso através da mudança de hábitos alimentares e exercícios físicos por, pelo menos, 2 anos. Caso não consiga, ele deve ir ao médico para avaliar se tem os requisitos para fazer a cirurgia, como o Índice de Massa Corporal acima de 40 ou acima de 35, com problemas associados - diabetes, hipertensão e colesterol, por exemplo.
Além disso, a pessoa, seja adulta ou adolescente, deve estar absolutamente convencida de que a cirurgia é a alternativa para sua saúde, consciente dos riscos e possíveis consequências. O suporte da família também é extremamente importante, principalmente no caso dos mais jovens.
Para dar andamento ao processo, o paciente deve ser acompanhado por, pelo menos, cinco especialistas - um cirurgião, um endocrinologista, um cardiologista, um psiquiatra ou psicólogo e um nutricionista ou nutrólogo. Cada um desses profissionais dará uma carta liberando a cirurgia.
Se liberado o procedimento, o paciente deve então começar a fazer uma série de exames. São, pelo menos, 8 exames (todos cobertos pelo SUS) para que possam ser descartadas todas as possibilidades de contraindicações ou riscos antes da cirurgia.
Ainda na preparação, a dieta também é importante - a orientação é que a pessoa perca cerca de 10% do peso antes de operar. Além disso, mudar a alimentação já funciona também como um teste para avaliar se o paciente terá força de vontade para continuar a ter hábitos saudáveis depois de operado.
No caso de quem está com o IMC acima de 35 com doenças associadas, é essencial também ter o controle desses problemas. Além da hipertensão e diabetes, o paciente pode ter também as taxas de gordura alteradas, apneia do sono, gordura no fígado e sobrecarga nas juntas - o tratamento paralelo de todas essas doenças diminui muito os riscos da cirurgia.
Superadas todos essas medidas preparatórias, o paciente pode então ser encaminhado para a internação e cirurgia.
Depois de operado, o paciente terá que fazer uma dieta líquida de 1 a 3 meses; depois, pode continuar com uma alimentação saudável por mais 6 meses, tempo que começará a perder peso e notar as diferenças no corpo. Estima-se que, em um ano, seja possível perder até 35% de todo o peso - mas isso só se o paciente conseguir mudar seus hábitos mesmo após a cirurgia; caso contrário, ele pode voltar a engordar e o procedimento terá sido em vão.