Coluna Anote Aí é assinada pelo jornalista João Carlos Ferreira e é publicada diariamente no Jornal A Cidade
Prefeito João Dado preparou uma apresentação especial (Foto: Gabriele Reginaldo/ A Cidade)
R$ 1 milhão
O presidente da Câmara, Osmair Ferrari, roubou a cena no balanço de final de ano do prefeito João Dado, ontem, no Centro de Convenções. Ele e outros nove vereadores presentes no ato fizeram pose para uma foto, devolvendo para os cofres da Prefeitura um cheque de R$ 1 milhão.
O destino
Essa foi a maior devolução de dinheiro público que a Câmara já realizou em um ano. A verba voltou para os cofres públicos, mas está comprometida para a compra de uma ambulância para a Saúde e o restante para a operação tapa-buracos.
Coisa grande
O dinheiro devolvido foi representado por um cheque simbolizado num tamanho gigante, a ponto de ser satirizado na plateia: “o tamanho do cheque é maior que a quantidade do dinheiro”.
Galã
Cenário perfeito. No palco, o prefeito João Dado, com microfone de apresentador e ponto eletrônico, recebeu apoio da assessoria pelo backstage. A sua saudação também foi magistral: “aqui não é o Cid Moreira, é o Dado!” Na sua direita estavam os vereadores e a sua esquerda os secretários com o vice-prefeito, Renato Martins, e a primeira-dama Mônica Pesciotto.
Relato
Com este cenário, o prefeito João Dado gastou cerca de 90 minutos para a exposição do seu primeiro ano de governo. O número de obras realizadas começou com 25, sendo que 10 eram oriundas do governo anterior. Mas esse número subiu no transcurso da sua fala, passando para 48 com 23 em andamento.
Com D
Em um determinado momento da sua explanação, o prefeito sentiu-se glorificado. Ele disse que “Deus e Dado se escrevem com D”. Assim, anunciou avanços na administração pública com a proteção divina.
Espiritualidade
Para falar de obras no distrito de Simonsen, Dado lembrou do saudoso vereador Curti, dizendo que estava atendendo as suas reivindicações. E arrematou: “Curti também está presente neste auditório”. Teve gente que fez o sinal da cruz.
São Pedro
As chuvas de domingo passado também ganharam espaço no discurso celestial do prefeito. Ele falava sobre as obras de combate as enchentes quando falou das inundações e cutucou: “São Pedro mandou mais água do que nunca”. Pode ser que o santo castiga.
Parque Aquático
No telão, Dado projetou a piscina do Parque Aquático, uma obra em fase de acabamento e lascou: “já determinei que se faça uma pintura na arquibancada, assim como é na Arena Plínio Marin”. E completou: “é preciso enfeitar a noiva”. Imagina-se um casamento aquático.
Mergulho
Ainda encantado com a beleza do Parque Aquático, o prefeito se emocionou: “eu vou tomar um banho lá”. Na plateia estavam os atletas de natação que imaginavam como será o mergulho do prefeito. Deve ser acompanhado também pelo Corpo de Bombeiros.
Longe demais
Para falar das obras de infraestrutura esportiva no Centro de Eventos “Helder Galera”, com R$ 2 milhões de emendas do deputado Antonio Bulhões, o prefeito Dado aumentou a distância do recinto: “fica lá por aquelas quebradas de Ouro Fino”. Deve ser influência do Mineiro.
Dado lá...
Num determinado momento do seu discurso, Dado usou uma frase de um político famoso, avisando que ele não gosta de falar o nome dele. E lascou: “nunca se fez tanto na história dessa cidade como agora”. O Lula que se cuide.
Palmas
Do atual secretariado da Prefeitura, se depender do Dado, quem vai para o trono é a secretária da Educação, Encarnação Manzano. Ao relatar os feitos daquela pasta, o prefeito pediu uma salva de palmas pelo seu trabalho. Foi a única saudada pela plateia. Os demais podem ficar com dor de cotovelo.
Não tem mosquito
Mais quem está em alta pelos números apresentados é a secretária da Saúde, Márcia Reina. A luta no combate a dengue é o seu “trunfo”. No ranking apresentado, ela quase eliminou a doença. O número de casos de dengue caiu de 839 para apenas 33 neste ano. Nunca se matou tanto mosquito nesta cidade.
Milagre
Pelo discurso do Dado, quem vai ter que se explicar é o secretário de Esportes, o Mineiro. O prefeito se vangloriou que Votuporanga realizou a maior edição dos Jogos dos Idosos (Jori) neste ano, gastando apenas R$ 18 mil. E sapecou: a última edição realizada foram gastos R$ 500 mil. Contudo, ele se esqueceu que o secretário de Esportes dos dois jogos foram o mesmo: o Mineiro. Foi o maior milagre desde a multiplicação dos pães pelo Messias.