A dúvida
Quando botou a boca no trombone contra a Santa Casa, Emerson Pereira sabia do risco que corria de perder o cargo de secretário da Prefeitura ou achou que o prefeito não tomaria conhecimento do seu desabafo? Essa é a pergunta que não quer calar.
Responsabilidade
Emerson Pereira sempre agiu como “dono do seu nariz”. O prefeito Junior Marão, no seu governo, teve que engolir sapo, principalmente quando Emerson disparou contra os próprios colegas de secretaria. Juninho preferiu contornar a situação em silêncio, embora fosse bastante cobrado por um posicionamento mais duro. Eu, heim!
Santa Casa
Emerson pegou pesado contra a Santa Casa. A sua bronca foi por causa de um pedido dele não ser atendido. Ele queria leito para uma senhora que se encontrava em estado terminal num hospital de Rio Preto. A Santa Casa justifica o risco de uma transferência de hospital pelo estado de saúde da paciente. A mulher morreu e o Emerson não perdoou a Santa Casa.
Divergência
O episódio causado pelo Emerson Pereira gerou debate. A camada da sociedade que conhece os trâmites de internação na Santa Casa, garante que a decisão do hospital foi correta. Segundo esses, a paciente em estado terminal não deveria deixar um hospital de Rio Preto, que tem maiores recursos médicos . Outros, no entanto, sustentam que o “desejo da paciente” deve ter priopridade e ela queria estar “mais próxima dos familiares nos instantes derradeiro da sua vida”.
A dúvida
O prefeito João Dado (SD), chefe do Emerson Pereira, não poderia ficar no “muro”. O fato poderia respingar na sua administração. Então, agiu rápido e demitiu o seu secretário. Ficou bem com a camada mais esclarecida que apoia a Santa Casa, mas ficou em “maus lençóis” com os seguidores de Emerson, o vereador mais votado nas duas últimas eleições.
Chumbo grosso
A demissão de Emerson Pereira provocou uma reviravolta na Câmara Municipal. Ele reassume a sua cadeira de vereador e já é apontado como o mais ferrenho opositor do prefeito, por razões óbvias. E toma o lugar do suplente Gilvan Carlos dos Santos, que havia assumido o cargo recentemente com a morte do vereador Élcio Curte. Não deu nem tempo do Gilvan esquentar a cadeira.
E mais...
Gilvan Carlos dos Santos tinha na Câmara a indicação do prefeito para atuar como vice-líder de governo. Agora, ele está cedendo o lugar justamente para quem tende a ser o maior rival do prefeito. Uma troca que seria indesejável pelo Executivo.
Secretário
Ontem à tarde, já se dava como certo que o suplente de vereador, Gilvan, será prestigiado pela administração do Dado. A voz corrente é de que hoje ele será nomeado pelo prefeito como o novo secretário de Direitos Humanos. Saiu ganhando.
Em alta
Confirmado a notícia acima, pode ser dizer que Gilvan Carlos dos Santos, que levou um susto ao perder a cadeira na Câmara, foi o único que saiu ganhando neste episódio. Ele ganha cargo de secretário de primeiro escalão do governo e com um salário bem melhor que o de vereador. Deve ter dito: “Eta briguinha boa”
Chumbo grosso II
Neste cenário, aumenta muito a responsabilidade do líder de governo, Daniel David, que perde o seu companheiro na banca de defesa, e terá que buscar argumentos para barrar os ataques do Emerson. E mais, o Daniel também veste a camisa da Santa Casa e tem bons motivos para fazer “cara feia” ao Emerson. Nesse ringue, o Daniel precisa de luvas de aço.
Ganha ou perde
Os comentários na cidade ontem eram de que o prefeito Dado pode ter conquistado pontos positivos junto à sociedade pela demissão do Emerson. Mas, sai do episódio enfraquecido na Câmara Municipal. Como a política muda a todo instante, só o tempo vai dizer se o Dado ganhou ou perdeu.
De saída
Emerson Pereira disse a quem quisesse ouvir em alto e bom som: “Fiquei sabendo que estava demitido como secretário de Direitos Humanos pelas páginas do jornal A Cidade, na internet”. Para ele, faltou consideração do prefeito Dado. Este jornal cobriu todo o episódio da denúncia contra a Santa Casa, inclusive, postando o desabafo do secretário. Nem todos aprovam, mas o público gosta.