Saia justa
O acordo firmado entre os dirigentes de seis partidos políticos que gerou o pedido de cassação do vereador Hery Kattwinkel, na Câmara, está deixando alguns vereadores numa tremenda saia justa. É que eles não querem se comprometer com o colega, votando de acordo com o pedido do seu partido. Mas se assim não o fizer, podem ser acusados de infidelidade partidária.
Eu, hein!
A decisão partidária é tão complexa que este jornal encontrou sérias dificuldades em falar com os dirigentes que assinaram o pedido de cassação. Alguns foram sinceros: “não vou comentar este assunto”. Outros, no entanto, mandaram falar que não estava, mas quem atendeu o telefone avisou. E, o Cesinha, presidente do Solidariedade, não atendeu o telefone.
No muro
Por essas e outras, especula-se que os dirigentes partidários assinaram o documento por conveniência. Já na Câmara, adversários do Hery não veem a hora de votar pela cassação. E tem muita gente fazendo as contas para saber os prós e os contra. Tem vereador até esfregando a mão e não vê a hora de votar.
Primeira fila
Ninguém duvida que a sessão da próxima quarta-feira (segunda é Carnaval) o “bicho vai pegar”. O Hery, que já foi líder de governo na Câmara, vai do céu para o inferno astral. Ele já esteve em situação muito mais confortável.
Concorrida
Foi bastante concorrida a entrevista coletiva do presidente da Câmara Municipal de Votuporanga, Ormair Ferrari (PP), na tarde de ontem, no plenarinho da Casa de Leis. Toda a imprensa compareceu em peso. O chefe do Legislativo fez um pronunciamento e depois ouviu perguntas.
Sem resposta
Alguns questionamentos ficaram sem repostas, não por culpa de Osmair, mas é que algumas perguntas precisam ser feitas aos presidentes dos partidos que entraram com a representação. A questão é que poucos querem falar.
Na espera
No final das contas, ainda não se sabe o dia em que a representação será apreciada no plenário da Câmara. Tudo dependerá na análise feita pela Comissão de Ética. Ao que tudo indica, o processo só será votado dia 19.
Ditadura
O bloco carnavalesco “Porão do DOPS”, de São Paulo, está proibido de desfilar no carnaval. Segundo o Ministério Público, o bloco enaltece o crime de tortura com homenagem a Ustra e Sérgio Fleury que foram, respectivamente, comandante do DOI-CODI e delegado do DOPS no período da ditadura. A medida não pretende censurar o bloco, mas condena o enaltecimento à tortura.
Dá para entender?
Carlos Marun, ministro que faz o meio de campo político entre governo e o Congresso, nesta semana, saiu com essa parábola: “o país, nos últimos anos, quase que fez uma opção pelo combate à corrupção no lugar de combater bandido”. Sinceramente, ministro, qual a diferença?
Política
“Todos são iguais perante a lei”. Projeto do senador Roberto Requião (MDB-PR), pede a igualdade entre as autoridades públicas e os cidadãos. A proposta que tramita no senado acaba com o tratamento de “Vossa Excelência” e outros pronomes de tratamentos direcionados às autoridades. A única exceção é para as palavras “senhor” e “senhora”.
Justificativa
O senador Requião sustenta que chamar juízes, procuradores e políticos de “excelência” ou “doutor” é um contrassenso à democracia. Será que se mudar a gente acostuma?
De saída:
No Instituto de Educação, nos anos 70, havia um conhecido militar de alta patente que lecionava a matéria de OSPB – Organização Social Política, que pregava cidadania e respeito. Época dura do regime militar, ele comparecia na classe devidamente fardado com todas as estrelas a que tinha direito. Os alunos ficavam de pé para recebê-lo. Um dia, um aluno com um cigarro na boca o abordou: “ O senhor tem “forfi” seu guarda”. O aluno desinformado deve estar correndo até hoje.