Dia seguinte
A tumultuada sessão da Câmara de segunda-feira é o assunto na praça. Frases pronunciadas nos discursos, gritos de insultos na plateia, a tensão do presidente da Câmara na condução dos trabalhos e a reação dos envolvidos no processo de cassação foram a tônica dos comentários nas rodas políticas.
Renúncia
Na eminência de ser cassado, o vereador Hery Kattwinkel poderá renunciar ao cargo de vereador. Se isso ocorrer, ele poderá voltar a ser candidato na próxima eleição municipal. Se for cassado em plenário, então ficará inelegível no próximo pleito eleitoral. Hery antecipou no seu discurso que já chegou a ser aconselhado a renunciar, mas disse que já descartou essa possibilidade. Diga ao povo que “eu fico”.
Ameaças
Ontem correu comentários que a mudança de voto do vereador Emerson Pereira não foi nada espontânea. Ele teria sido ameaçado por um manifestante. Emerson não comentou o assunto, mas causou estranheza ele anunciar no discurso que votaria pelo acolhimento da denúncia e, na hora de votar, mudou a sua posição. Daí, a interpretação de que houve ameaças e ele tremeu.
Homofobia
Outro assunto muito comentado após a sessão. Os manifestantes gritando em coro palavra ofensiva, referindo-se à opção sexual, dirigida ao vereador Emerson Pereira, ao final do seu discurso. Ele fez que não ouviu. Esse tipo de manifestação é muito condenada pela sociedade. No futebol, quando há aquela ofensa (bicha), o time da casa é punido. No caso da Câmara, não deve dar em nada.
Pela ordem
Um barulho ensurdecedor. Quando o 1º secretário Marcelo Coienca deu início a leitura do processo contra o vereador Hery, os manifestantes vaiavam e com isso impediam que o processo fosse ouvido em plenário. O presidente da Câmara chegou a receber pedido para suspender a sessão. Hery interveio e pediu silêncio para os seus partidários. Foi atendido e a leitura transcorreu normalmente.
De tanga
O Dr. Ali estava tão confiante que o seu processo não ia dar em nada, que fez um desafio para os denunciantes (partidos PT e Psol). Disse que se o processo tivesse fundamento e ele fosse condenado, dançaria na rua Amazonas de tanga. Sinceramente, essa foi a melhor defesa. Imagina.
Grupão
Na mesma ala do auditório que se acomodaram os partidários de Hery, estavam também algumas personalidades, com o provedor da Santa Casa, Luiz Torrinha, o presidente da Associação Comercial, Celso Penha Vasconcelos, o empresário e presidente do PSD, Rolandinho Nogueira, e o vice-prefeito Renato Martins.
Aliás,
A presença de Renato Martins, como vice-prefeito, foi questionada por alguns do público presente. Esses apontavam que ele estaria lá a pedido do prefeito João Dado (SD). Outros, no entanto, discordavam sob o argumento de que em solidariedade ao chefe ele não deveria ter comparecido. No entanto, Renatão, quando citado nos discursos, teve tom respeitoso.
Santa Fé
Um ex-presidente da Câmara, Arnaldo Santa Fé Trindade, que até tentou retornar ao Legislativo na eleição passada, compareceu na sessão de segunda-feira. Estava com ele, o rotariano Antonio Lourenço, o pai do secretário Estadual de Transportes, Laurence Lourenço. Ambos admitem que “isso (que aconteceu na Câmara) não é bom para a cidade”.
Polícia Militar
Sob o comando do Capitão Fávaro, componentes da 3ª Cia. da Polícia Militar acompanharam o movimento dos manifestantes. Não houve a necessidade de intervenção dos policiais, mas a presença deles, em pontos estratégicos dentro do recinto, impuseram respeito e garantiram a ordem.
Barreira
Após a votação de acolhimento ao processo de Hery, os PMs formaram uma barreira ao centro, na divisória do auditório, evitando aproximação dos manifestantes com o plenário, onde estavam os vereadores. Mas os poucos que se aproximaram foram apenas para cumprimentar o vereador.