Passaredo
Para ouvir as propostas da companhia aérea Passaredo em estabelecer um voo diário Votuporanga/S.Paulo, o auditório do CIT, no Parque da Cultura, ficou lotado na manhã de ontem. Coube ao Renatão, vice-prefeito, abrir a sessão de discursos e fazer uma explanação do projeto que está em curso.
Nova tentativa
O ex-prefeito Junior Marão, no seu discurso, lembrou as tratativas anteriores, com a companhia Brava, que não prosperaram. Ormélio Caporalin, outro entusiasta do projeto, também enfatizou o trabalho que vem sendo realizado desde aquela época.
Os oradores
Discursaram ainda Rames Cury, o prefeito de Alvares Florence, Calimério, e a prefeita de Indiaporã, Rosa, além dos representantes da Câmara, Osmair Ferrari, da Associação Comercial, Celso Penha, da Airvo, o Giolo, e da Passaaredo. Todos rápidos e aplaudindo a iniciativa.
Historia
Rames Cury relatou o lado histórico. Ele trabalhava como emissor de passagens e no embarque e desembarque no tempo que a VASP operava em Votuporanga. Isso foi nos anos 40/50. Rames lembrou até o nome do taxista que fazia o percurso do Aeroporto para o hotel. Era Primo Beraldi.
Concorrente
A mulher de Rames, Maria Antonia, trabalhava para uma outra companhia, a Real. Essas companhias aéreas faziam o trajeto São Paulo/Ribeirão Preto/Rio Preto/ Votuporanga/Paranaíba-MS e Cuiabá-MT, com voos diários.
A tese
Para Rames Cury “se naquele tempo Votuporanga tinha 10 mil habitantes e comportava duas linhas aéreas, porque agora, com 100 habitantes, não pode desfrutar de uma rota Votuporanga/São Paulo?”.
A cereja do bolo
Coube ao prefeito João Dado (SD) fechar o roteiro dos discursos e ele “voou alto” na sua proposta. Coube-lhe a difícil missão de convencer a plateia de que um bilhete, ao preço médio de R$ 600, é mais em conta que viajar de carro. E começou a vender o “seu peixe”.
A multa
Em dado momento, ainda brigando com a despesa de viajar de carro, com pedágio, combustível e tudo mais, o prefeito ainda sapecou uma multa de trânsito para convencer que de avião não tem riscos. Claro que na conta do prefeito fica muito mais caro viajar de carro.
Sem carona...
Só que o Dado não embarcou mais ninguém naquele suposto carro que gasta tanto para chegar em SP. O custo da viagem saiu só do bolso do motorista, para comparar com o preço de um bilhete aéreo. E teve até multa...
Fittipaldi
Para falar dos “riscos” da viagem de carro pela rodovia, Dado chamou o motorista da Prefeitura, o Adalberto, de Fittipaldi. Disse que “o nosso Fittipaldi” chega a fazer de Votuporanga a São Paulo em quatro horas e meia. Até o homem da Passaredo desconfiou.
O au au
Outra boa do Dado. Ele disse no discurso que a esposa Mônica não gosta de viajar sem “os bichinhos de estimação”. De imediato, o representante da Passaredo o tranquilizou: “no avião tem espaços também para cachorros”. Tudo que o prefeito pediu foi atendido.
Resumo da ópera:
A Passaredo espera a garantia de 1.000 emissões de passagens/mês para viabilizar o voo diário. As lideranças locais juraram que vão se empenhar para garantir o número necessário de passageiros. Apesar do otimismo das autoridades políticas, nem todos acreditam que o avião vai decolar tão cedo.
Em festa
Feliz da vida na reunião da Passaredo estava o agente de viagem Arsênio José Bruninis, da Brnini´s”. Além do otimismo pela possibilidade da chegada de uma empresa área para alavancar ainda mais o seu negócio, ele recebia abraços pelo seu aniversário.
A fotografia
Quando o prefeito Junior Marão estava em negociação para implantar a linha aérea com a empresa Brava, o nome de Votuporanga chegou a ficar exposto no painel de horários de voo no Aeroporto de Congonhas. Waldecy Bortolotti, na época vice-prefeito, fotografou o nome da cidade e exibia com justificado orgulho. Ontem ele lembrou dessa passagem.
De saída:
Para encerrar a sua fala, o prefeito embalou um quadro com a frase de Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora não espera acontecer” e chamou o vice Renatão para desembrulhar. Renatão ficou feliz e pensou que havia ganho a moldura de presente. Dado retomou e disse que o quadro é para enfeitar a parede do gabinete. Renatão ficou só com a fotografia.