Caldeirão
O caldeirão político continua fervendo em Votuporanga. Nos bastidores é só “chute e cotovelada”. Em ano de eleição a disputa é sempre quente, mas esse ano pode-se dizer que está ainda mais tumultuado. Como se diz no ditado popular: “é muito cacique pra pouco índio”.

Distantes
Não é novidade que Prefeitura e Câmara Municipal não falam a mesma língua faz tempo. O prefeito João Dado coleciona desafetos na Casa de Leis. Virou “birra” dos dois lados. Com um Executivo e Legislativo distantes, quem perde, sem dúvidas, é a cidade. Discussões que não levam o município a nada e lugar nenhum.

Cassação
Na noite de segunda-feira (17), os vereadores rejeitaram, por 9 votos contrários a 5 favoráveis, o pedido de cassação do prefeito João Dado. Esperava-se uma votação ainda mais apertada, mas alguns dos vereadores que teoricamente votam contra o prefeito tiveram bom senso em mais uma tentativa de selar a paz. Os votos de Rodrigo Beleza e Silvão foram decisivos a favor do arquivamento do processo.

Nas cordas
Mesmo salvando-se no episódio da cassação, consta que Dado sentiu o golpe e foi para as cordas. Ainda na segunda-feira antes da votação na Câmara, consta que o prefeito já havia limpado sua gaveta e, independente do resultado na Câmara, estava decidido a pedir afastamento do cargo.
 
Acordo
Consta que o prefeito já havia inclusive retirado quadros e objetos pessoais de seu gabinete. Tudo estava acordado. Uma reunião com o secretariado foi marcada na manhã de ontem e o recado era de que dali em diante quem seguiria seria o vice Renato Martins.
 
Apoio
Na reunião a portas fechadas estava todo secretariado de Dado. O encontro teria começado em clima de velório com o burburinho de que o chefe do Executivo pediria afastamento. O que de fato aconteceria. Mas Dado mudou de ideia no caminho após um grande apoio de seu secretariado.
 
Tom
O tom da reunião foi de apoio à continuidade de Dado. Um dos secretários chegou a justificar que Dado deveria seguir pois “o bem sempre vence o mal”. O mal, neste caso, segundo consta na reunião, diz respeito a pessoas que tentam abalar o governo com polêmicas. Dado ouviu tudo calado e por fim voltou atrás do pedido de afastamento. Pediu férias e se comprometeu a terminar o mandato.

Abatido
O chefe do Executivo só não foi à lona porquê de última hora houve comoção e um imenso apoio de seu secretariado. Mas a imagem é de um prefeito abatido, desgastado e cansado de enfrentar desafetos e problemas durante sua gestão. Quem conhece bem o Dado sabe que ele não está bem. A própria ideia de afastamento do cargo, segundo consta, era um pedido da família. 

Pacificação
Nesse turbilhão danado, segundos os especialistas políticos da cidade, só tem uma pessoa capaz de apaziguar a situação e voltar a unir a cidade politicamente falando: Junior Marão. Mas, afinal, o Juninho vai ou não vai ser candidato?

Em cima do muro
Consta que nos bastidores o ex-prefeito Junior Marão tem feito reuniões com partidos e líderes partidários, mas ainda segue em cima do muro. O que se ouve é que a candidatura de Junior Marão já teve mais força no passado. Dizem que Juninho passaria o bastão se houvesse outro nome de consenso com capacidade para unir a cidade novamente.

Perdemos todos
A verdade é que a desunião política fez Votuporanga perder protagonismo na região. Brigas e “picuinhas” políticas passaram a ser mais destaque no município do que propriamente o progresso e desenvolvimento da cidade. Nessa luta de egos e vaidades entre o Executivo e Legislativo, perdemos todos nós, cidadãos votuporanguenses.

Apoio
Sobre tudo o que está acontecendo na política votuporanguense, principalmente em relação ao pedido de cassação que a Câmara Municipal não aceitou na noite de anteontem, a Santa Casa de Misericórdia e a Unifev emitiram uma “Nota de Apoio à Prefeitura de Votuporanga”.

Ano eleitoral
O comunicado pede, em ano eleitoral, “serenidade aos ilustres vereadores, relembrando toda nossa história e, principalmente, nosso legado: UNIÃO!” “Como nobres representantes do povo que buscam o bem-estar e a coletividade, a missão de vocês é ainda maior para que nossa cidade cresça sem máculas de injustiças”, acrescentou.

Unidos
Santa Casa e Unifev dizem acreditar “no bom senso de cada um que foi eleito pelo nosso povo, maior autoridade”. As instituições expressam apoio ao prefeito João Dado, “cientes de que devemos prosseguir unidos, vislumbrando um futuro ainda melhor para nossa comunidade”.