W. A . Cuin
“O não de Deus hoje é sempre o nosso maior bem de amanhã”. (Emmanuel, psicografia de Francisco C. Xavier, no livro “Pérolas de Luz”)
O almoço beneficente da instituição assistencial e de promoção humana seguia com naturalidade. As atividades abeiravam ao fim.
Naquela manhã, um grupo de voluntários se empenhava em angariar recursos financeiros, que pudessem fazer frente às constantes despesas que a entidade tinha mensalmente, para manter o programa de ações sociais em favor de mais de cem crianças e adolescentes, que nela aportavam enquanto seus pais ou responsáveis trabalhavam com tranquilidade. Inúmeras famílias carentes ali também encontravam apoio e solidariedade.
Repentinamente, um barulho estranho e todos observaram que Claudio estava estendido no chão. Uma queda brusca, o rosto ferido e o sangue tingindo a face daquele voluntário, produzindo apreensão aos presentes, uma vez que demonstrava inconsciência.
Imediatamente foi acionado o serviço de socorro médico que em poucos minutos compareceu ao local, prestando os primeiros atendimentos ao acidentado, que já dava sinais de lucidez, embora a natural palidez e tontura.
Conduzido ao Hospital, a equipe médica se lançou à feitura de inúmeros exames para detectar a origem do problema de saúde constatado em Claudio. Os resultados nada de grave apontaram, mas o paciente depois de um dia de internação fora orientado a aprofundar as investigações com médicos especialistas, uma vez que o atendimento que tivera até então se tratava de procedimento de emergência.
Claudio, então, obediente às orientações recebidas procurou por atendimento médico em várias áreas da saúde. E qual não fora a surpresa, ao ser constatado um tumor na próstata, que após exames mais acurados revelou-se maligno, sendo recomendada providências urgentes, uma vez que a doença estava em fase inicial, sendo que o tratamento nesse período tem significativa possibilidade de sucesso.
De resto, em sua estrutura física nada fora encontrado de mais grave, somente mesmo o problema prostático, que naquele momento, não justificava o ocorrido. A queda brusca de Claudio, após sentir-se desfalecer, pelas análises médicas verificadas, não passou de acontecimento isolado, pelo menos aos olhos físicos, pois que não teve consequências.
De início a apreensão e o susto, decorrentes do mau súbito que originou a queda e os ferimentos, em seguida o agradecimento à Providência Divina, que encontrou um jeito de mostrar ao Claudio que o problema de saúde mais grave não estava no mal estar, que fora passageiro, mas sim camuflado de tal forma que, se descoberto algum tempo depois, poderia causar transtornos bem mais complicados e profundos, com consequências, talvez, irreversíveis.
Abençoada queda... Bendito mal súbito.
Muitas vezes, o não de hoje abre caminho para o sim de amanhã. Em verdade, nem sempre estamos amadurecidos e conscientes o suficiente para, de imediato, interpretar as decisões divinas. Aquilo que desponta como trágico pode ser o prelúdio de vida melhor nos dias do futuro.
Confiemos sempre em Deus, que a ninguém desampara, e, como ensina Francisco Cândido Xavier, Ele, nosso Pai, só coloca a criatura onde a misericórdia divina pode alcança-la”.