Por Leonardo Azambuja: médico especialista em nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável
Leonardo Azambuja é colunista do A Cidade e escreve todas as quartas-feiras
A relação entre os hormônios e o peso corporal é um dos assuntos mais
pesquisados por quem mantém uma rotina de exercícios físicos.
A alimentação e os hábitos saudáveis têm relação com a manutenção do
peso e da massa muscular, mas os hormônios também são responsáveis pelo seu
aumento ou redução.
A ingestão alimentar e o gasto energético compõem um sistema muito
complexo responsável pelo peso corporal. Esses hormônios participam dessa
equação regulando funções corporais importantes. Apetite, metabolismo, digestão
e outras funcionalidades relacionadas ao peso corporal são algumas delas.
O desequilíbrio de hormônios como a insulina e a leptina podem resultar
em problemas como a obesidade, embora essa disfunção também possa ser um efeito
do sobrepeso. Portanto, manter a alimentação balanceada e uma rotina de
exercícios é fundamental para evitar o descontrole hormonal.
Devido à importância do assunto, vou tratar do assunto sobre os
hormônios e o peso corporal com detalhes.
Hormônios e o peso corporal: a leptina
A leptina tem origem nas células adiposas. Sua função é enviar ao
cérebro a informação de que o organismo não precisa de mais calorias. É por
isso que você se sente saciado após uma refeição e sabe que é hora de parar.
Por esse motivo, é conhecida como a “supressora do apetite”. Seu
equilíbrio é fundamental para a manutenção do peso. Os níveis de leptina ficam
desregulados quando há excesso de gordura, já que o cérebro deixa de atender
aos seus sinais.
Embora pareça que, quanto mais gorduras, maiores os níveis de leptina,
ocorre que o organismo entende o excesso de gorduras como uma ameaça ao
organismo e inicia um processo inflamatório. Nesse processo, a região cerebral
responsável por receber a informação de saciedade (o hipotálamo) tem seus
neurônios que controlam o apetite e o gasto energético danificados. A
consequência é inversa à função da leptina: o cérebro passa a sentir maior
necessidade de consumir alimentos calóricos.
Para evitar essa disfunção, aposte no consumo de frutas, verduras e
alimentos antioxidantes.
Insulina
Sua função de controle do açúcar do sangue é uma das mais conhecidas
entre todos os hormônios. Além desta tarefa, a insulina é responsável por
intervir no aproveitamento metabólico dos nutrientes. Assim, aumenta o gasto
energético.
O desequilíbrio de insulina resulta no armazenamento dos açúcares em
forma de gordura, dificultando a perda de peso ou mesmo causando obesidade.
Cortisol
Se você tem dificuldades com as gorduras localizadas na região
abdominal, pode estar com os níveis de cortisol altos. Conhecido como o
hormônio do estresse, o cortisol é responsável pelo controle do metabolismo
proteico, lipídico e glicídico. Fatores estressantes ou estimulantes causam seu
desequilíbrio.
Estrogênios e androgênios
Enquanto os estrogênios são um grupo de hormônios femininos, os
androgênios são principalmente masculinos. Esses dois grupos têm relação com a
distribuição da gordura corporal. Estes são alguns dos mais famosos e citados
quando o assunto é a relação entre os hormônios e o peso corporal.
Isso porque a atividade desses hormônios varia conforme a fase da vida
que a pessoa está. Por exemplo, nos anos férteis da mulher, a tendência do
acúmulo de gorduras é na região do quadril, enquanto nos anos da menopausa a
tendência é de aumento das gorduras abdominais.
Para saber se estão regulados ou é preciso tratamento, eu recomendo que
você consulte seu médico com regularidade.
O hormônio do crescimento
A atividade do hormônio do crescimento interage com as células de
gordura, transformando-as em energia. Quem quer perder peso precisa manter seus
níveis em alta com a adoção de uma rotina de atividade física intensa e oito
horas diárias de sono.
Adrenalina
Este hormônio tem papel de transformar as gorduras armazenadas em
energia. Quando seus níveis estão equilibrados, sua atividade regula o apetite
e previne as gorduras localizadas na região abdominal. A prática de exercícios
físicos é suficiente para manter seus níveis estáveis.
Adiponectina
Este hormônio é sintetizado pelos tecidos de gordura do corpo, pois
auxilia a metabolizar a glicose e os ácidos graxos. Com seus níveis
equilibrados, os músculos obtém melhor aproveitamento das calorias vindas de
carboidratos. Além disso, é capaz de acelerar a decomposição da gordura pelo
organismo.
Para manter as atividades da adiponectina em dia, é recomendável o
consumo de gorduras monoinsaturadas e a prática de exercícios físicos.
Cada hormônio conta com suas particularidades, porém, a manutenção de
níveis saudáveis de cada um normalmente é relacionada à prática de exercícios,
boa alimentação e check-ups médicos regulares. Espero que meu artigo tenha
ajudado você a entender a relação entre os hormônios e o peso corporal.