Creia-me, caro leitor, organização nunca é demais.
Nada como ter as contas em dias, em débito automático de preferência, claro; reservas para ocasiões apocalípticas, sempre muito plausíveis nos trópicos; armários muito bem arrumados, com o necessário, bem entendido, porque, creia-me, sempre vai faltar espaço para o desnecessário; geladeira limpa e de preferência só com água - o que significa que você está vivendo a vida e não encostada no fogão; a casa muito limpa e com cada coisa em seu lugar.
O carro, também, revisado e limpinho.
Com a vida assim em ordem, não é seguro que você vá estar a meio passo da felicidade, mas que você vai estar a meio passo das mais organizadas das fugas, não há dúvida.
Sabe como é.
Viver em uma República de Bananas tem lá seus percalços.
Num dia parece que a coisa vai até bem, a mídia amanhece e anoitece tranquila, e, no outro, o dólar já está a R$ 3,95 - o oficial.
O litro da gasolina a R$ 4,50.
O quilo do pão francês a R$14,00.
E os candidatos aos mais elevados cargos públicos, ilustres desconhecidos, ou, muito, mas muito manjados - manjadíssimos -, sorrindo para os eleitores como se a situação político-econômica da República não estivesse a beirar o mais venezuelanos dos caos.
Buscar ajuda psicológica, ou psiquiátrica, quando se nota, assim, que todos à sua volta perderam o senso comum, além, é claro, do senso do ridículo é, de fato, muito recomendável.
Vai evitar surtos psicóticos desnecessários e vexatórios.
Mas o melhor mesmo, sem dúvida alguma é deixar as malinhas prontas; arrumadinhas.
Doe seu cachorro ou gato e suas plantas. Tranque bem as portas - tranque muito bem as portas; ligue o alarme.
Porque, creia-me, caro leitores em certas situações, não há mesmo alternativa outra, que não dar no pé.