Por Leonardo Azambuja: médico especialista em nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável
Leonardo Azambuja é colunista do A Cidade e escreve todas as quartas-feiras
O hormônio cortisol é bastante conhecido como o hormônio do estresse.
Você sabe o porquê? Entenda como ele é produzido e quais impactos pode causar
na sua vida, incluindo seu desempenho físico.
Essencial para o funcionamento do sistema imunológico, o hormônio
cortisol atinge seus picos de produção acima do normal no organismo quando
ficamos estressados.
Como o hormônio cortisol é produzido pelas glândulas suprarrenais,
localizadas acima dos rins, ele tem influência sobre a glicose e o humor da
pessoa. Essa substância deve sempre ser produzida em equilíbrio, pois quando
está em falta ou em excesso traz consequências nada agradáveis para nosso
organismo.
Os níveis desse hormônio variam de acordo com o momento. Durante a
manhã, é o período em que o nível está mais alto, e vai baixando ao longo do
dia. Essa variação está ligada a atividade diária e à serotonina, substância
responsável pela sensação de prazer.
Por isso, vamos ver alguns perigos que os níveis de cortisol
desajustados causam e como mantê-los controlados.
Perigos do hormônio cortisol alto
Quando o nível de cortisol aumenta, as reservas de energia do organismo
rapidamente são mobilizadas. Assim, a corrente sanguínea recebe um alto fluxo
de glicose para impulsionar as atividades cerebrais e maximizar a concentração.
O objetivo dessa alta é fazer que o cérebro tenha energia suficiente
para tomar decisões de maneira rápida. Porém, o comportamento da pessoa pode
ficar agressivo ao extremo. O aumento do cortisol também pode conduzir a um
quadro de estresse crônico, ou seja, quando não há motivo para estresse mas
está presente.
Assim, a pessoa sente-se com frequência irritada e essa alta também
altera todo o seu metabolismo. O cortisol alto leva à destruição do sistema
muscular. Por isso, quem está em busca de aumento da massa muscular, precisa
acompanhar de perto os níveis desse hormônio no corpo.
Quando o hormônio cortisol atinge um pico no organismo, os músculos se
desintegram para que sejam retirados deles os aminoácidos e a glicose. A
pressão sanguínea aumenta, liberando ainda mais glicose.
O corpo passa, assim, por um “choque de adrenalina” devido ao aumento
súbito de energia. Essa diminuição das proteínas degrada os tecidos musculares.
Além disso, o cortisol alto também está ligado à obesidade, com acúmulo de
gorduras no abdômen e nas costas para homens e acúmulo de gorduras nos quadris
para mulheres.
Como controlar o cortisol?
Para não trazer problemas de saúde e prejudicar os sonhados resultados
na atividade fisica, tanto na queima de gordura quanto no ganho de massa
muscular, há algumas recomendações para manter o cortisol estável.
Estudos revelam que, nos minutos iniciais do treino, o cortisol sobe
para 60-65 µg/dl. Em seguida, estabiliza em 35 µg/dl, aumentando
novamente após 40 ou 50 minutos da atividade.
Por isso, a recomendação é para que treinos de força não ultrapassem os
45 minutos. Após esse tempo, os músculos iniciam os processos anabólicos,
resultando na destruição da massa muscular.
O consumo de suplementos também é essencial para quem deseja estabilizar
os níveis de cortisol. A lógica é simples: se você ingere os aminoácidos
essenciais para a produção de glicose, o organismo não precisa aumentar os
níveis de cortisol de maneira significativa. Afinal, não há necessidade em
fornecer energia adicional.