W. A. Cuin
“O homem é assim formado de três partes essenciais: 1º - O corpo ou ser material, semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital, 2º - A alma, Espírito encarnado, do qual o corpo é a habitação e 3º - O perispírito, principio intermediário, substância semi-material, que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo”. (Comentário de Allan Kardec à questão 135-a, de “O Livro dos Espíritos”.)
Com freqüência ouvimos pessoas afirmando; o meu Espírito, quando na realidade deveriam dizer sou um Espírito, pois de conformidade com a questão 135-a de “O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, estando encarnados, vivendo uma nova experiência na Terra, somos compostos de corpo, perispírito e Espírito.
O corpo, como há muito já sabemos, tem duração efêmera, de alguns anos, o perispírito é um liame que permite a união do Espírito com o corpo e o Espírito, propriamente dito, que é eterno e imortal.
Portanto somos Espíritos, que fomos criados por Deus na simplicidade e ignorância, tendo como destino a perfeição, onde lograremos encontrar a paz e a felicidade que tanto desejamos.
Sabendo disso, temos urgente necessidade de entender convictamente, que nossas ações, atos e atitudes devem carregar em mira a séria proposta de promover o progresso e a prosperidade do Espírito. Obviamente não podemos menosprezar o valor e a importância da matéria, mas sempre fazendo uso dela para a nossa evolução espiritual, pois que ela é o meio e não o fim.
Mas, o que infelizmente temos visto, no contexto social em que vivemos é uma corrida desenfreada pelas conquistas materiais, em detrimento à aquisição dos reais valores para o Espírito. Passamos pela vida física exageradamente preocupados com as coisas que se relacionam com o corpo. É claro que jamais podemos ignorar o valor do nosso veículo físico, mas cuidar mais dele que do Espírito é que se constitui em erro.
Dispensamos tempo, dinheiro e esforços para construir um corpo saudável, belo e atraente, que possa impressionar por onde andamos, mesmo sabendo que ele é passageiro, mas não temos a mesma força, ideal e vontade de também zelar pela edificação do Espírito, que é eterno.
Um dia esse nosso corpo deixará de existir, então seguiremos vivendo sem ele, carregando conosco apenas as aquisições que se prendem ao Espírito. Nesse momento, quando ficamos sem a nossa vestimenta carnal, é que realmente aparecem as decepções, desilusões e arrependimentos, ao constatarmos o engano em ter dado poucas atenções ao Espírito. Em nenhum momento podemos esquecer o real valor de ambos, mas cada qual dentro das proporções devidas.
Após a presente existência física, levaremos conosco, para o mundo espiritual, apenas aquilo que se relacionou com o Espírito, quer sejam conquistas boas ou ruins, e, elas seguirão conosco fazendo a nossa felicidade ou infelicidade. As escolhas e deliberações sempre serão nossas.
Para a saúde do corpo buscamos nutrientes numa alimentação saudável, enquanto para a sustentabilidade do Espírito precisamos captar valores nutritivos nas emoções, vibrações e sentimentos, que são encontrados nas ações de fraternidade, solidariedade, altruísmo, amor ao próximo, desejo de servir desinteressadamente e determinação férrea em sublimar o comportamento.
A hora é agora, o momento é esse, mesmo estando na Terra, vivamos como Espíritos, se já temos a consciência de que qualquer outra forma de vida apenas nos conduzirá aos becos da dor, decepções, arrependimentos e lamentações.
Reflitamos...