Alessio Canonice é de Ibirá e colabora com este jornal – alessio.canonice@bol.com.br
“Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos que nos fosse feito”. Toda a religião, toda a moral, se encerram nestes dois preceitos. Se eles fossem seguidos no mundo, todos seriam perfeitos. Não haveria ódios, nem ressentimentos”. ( Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XIII, item 09 – Allan Kardec).
Incontestavelmente, a felicidade e a paz da criatura humana devem ser a meta e o objetivo de todas as nossas ações.
É imperioso que saibamos analisar o nosso comportamento, atitudes e procedimentos, na vida, para detectarmos se estamos realmente agindo de forma a priorizar os valores que promovam o bem estar dos nossos irmãos de caminhada.
Quando a nossa participação, dentro do contexto social em que vivemos, estiver acarretando um mínimo prejuízo a alguém, nesse instante estaremos atravancando o progresso da humanidade. Agindo assim, ilusoriamente, colheremos, talvez, alguns benefícios imediatos que acreditamos ser merecedores, para no futuro, com arrependimento, repará-los sob o peso do sofrimento.
Precisamos viver pensando sim em nós, mas sem esquecer os outros, uma vez que ninguém consegue ser feliz sozinho. Sejamos, então, caridosos.
A caridade poderá ser material ou moral, ambas de suma e imprescindível importância, que devem ser praticadas exaustivamente.
A caridade material, de valor inquestionável, é mais fácil de ser praticada, pois que dificilmente alguém não disporá de recursos algum para minorar, mesmo que seja um pouco, as carências materiais de um necessitado.
Uma cesta básica de alimentos à família pobre, roupas destinadas ao desnudo, edificação de instituições de caráter filantrópico e de promoção humana para abrigo de crianças, adolescentes, jovens e idosos desamparados, preparação de enxovais para recém-nascidos carentes, são algumas das formas da caridade material, de extremo valor aos que dela necessitam.
Já a caridade moral, de maior de mais intensa abrangência, carece de maior empenho e perseverança para a sua execução. Ela nada custa financeiramente, mas exige de nós uma amadurecimento mais acurado e uma visão real da vida bem mais profunda e estruturada.
Fazemos a caridade moral quando conseguimos, com equilíbrio, suportarmos uns aos outros, entendendo cada criatura como ela é, e não como gostaríamos que ela fosse.
Fazemos a caridade moral quando sabemos silenciar para ouvir alguém falar, principalmente quando ele sabe menos que nós e se julga superior.
Fazemos a caridade moral quando convivemos com um familiar doente, que por muitos anos exige os nossos cuidados e dedicação, sem lamentarmos ou nos revoltarmos com a situação.
Fazemos a caridade moral quando cuidamos de um filho problemático e deslocado do contexto da normalidade, amando-o intensamente esperando pela sua melhora e adequação ao equilíbrio.
Fazemos a caridade moral quando temos forças para caminhar com um cônjuge desequilibrado, muitas vezes atolado em viciações e futilidades.
Fazemos a caridade moral quando doamos o nosso tempo de folga, as nossas preocupações e os nossos interesses em ideais de nobreza, visando prestar serviços para construção de um mundo melhor, mais solidário e humano.
O importante é que façamos a caridade, seja ela material ou moral, mas façamos a caridade, pois à medida que plantamos a alegria de viver nos corações que nos cercam, a Providência Divina que tudo sabe e vê, agirá de forma a improvisar o nossa ventura. Francisco de Assim, há mais de um milênio já nos informou “que é dando que se recebe”.
Sejamos, então, caridosos.... reflitamos.