Roger Alves
Você já ouviu falar no overtraining?
Mesmo que para alguns a ideia de prática de atividade física constante e intensa pareça absurda, para algumas pessoas isso é quase uma necessidade, e essa necessidade em alguns casos vai além do limite que o corpo humano é capaz de suportar.
Independente da atividade ou modalidade praticada, o excesso de treinamento, aliado a períodos curtos de descanso e uma alimentação desequilibrada são determinantes para a síndrome.
Normalmente atletas amadores de diferentes esportes são os mais expostos ao problema, em função da busca por resultados em competições e falta de orientação de profissionais capacitados. Acreditasse que a ideia utilizada para fundamentar os excessos está diretamente relacionada com a teoria da “super compensação”, onde se afirma que as reservas energéticas consumidas durante os treinos são recuperadas durante os períodos curtos de descanso.
As consequências diretas da síndrome do overtraining, em um primeiro momento são uma queda no desempenho esportivo, isso acontece em função de outros problemas como insônia, grande incidência de lesões, crônicas e agudas, alterações na pressão arterial entre outros. Porém os problemas se estendem a vida pessoal, uma vez que as alterações de humor e irritabilidade são facilmente notadas, podendo algumas pessoas em casos mais graves apresentar quadros de depressão em função do contexto de possíveis derrotas no esporte e baixa autoestima para treinar.
O tratamento começa com a percepção do treinador ou professor que precisa estar atento a todos os sinais de queda de rendimento, desânimo e fadiga constante de seu aluno/atleta. Após isso é necessária a redução da intensidade dos treinos e da frequência semanal ou em casos mais severos o afastamento total por algumas semanas.
Deve ser feita uma avaliação da saúde do aluno/atleta em relação a sua alimentação e possíveis distúrbios hormonais, e lesões em decorrência dos treinos, e avaliação psicológica quando o mesmo apresentar sinais de depressão.
Vale lembrar que os excessos nos treinos acontecem muitas vezes por uma auto cobrança por resultados, as vezes resultados fora de contexto. Dadas as condições do esporte amador no brasil, nesse momento o trabalho de psicologia no esporte se faz importante, sendo uma saída para clubes e associações que busquem o melhor desempenho de seus atletas e longevidade no esporte, entretanto, como tal suporte profissional acaba sendo incomum, cabe a profissional de educação física ter discernimento e competência para avaliar a situação, e orientar seus alunos/atletas da melhor forma possível.
Roger Alves – Personal Trainer – CREF 124251 G/SP