Pois é.
Afirmam as estatísticas que nos últimos anos surgiu, ramificou-se, e cresceu exponencialmente no Brasil, um grupo de indivíduos denominados pelos pesquisadores como Nem-nem, jovens entre 15 a 29 anos, que não trabalham, não estudam, e nem procuram trabalho ou treinamento para poderem trabalhar.
Isto vai acabar.
Nenhuma nação se ergue, ou se reergue, sem um povo cuidadosamente educado e apto a desenvolver as mais várias tarefas - o que for preciso, para o crescimento da pátria, de todos e de cada um.
Porque, como se sabe, dinheiro não cai do céu, e, se alguém, tá “numa boa” é porque outros estão sendo sacrificados - muito sacrificados.
E, também como se sabe, quando se estica demais a corda, arrebenta. Feio. Muito feio.
Agora espantosa mesmo, é a visão de vida, o horizonte, de alguém que não trabalha, não estuda - e não tá nem aí.
Presas facílimas de ideias as mais deletérias possíveis, e que, claro, não envolvem empenho nos estudos ou no trabalho - uma vida mais tranquila, com muita filosofia, muita reunião, muito debate.
Fica-se imaginando o teor dos debates e das reuniões entre pessoas sem conexão alguma com a realidade da vida, a verdade inalienável: a de que apenas o esforço (o seu, próprio) constrói a sua riqueza, inclusive a sua riqueza interior.
Imagina-se a quantidade de bobagens que podem produzir mentes iletradas e apartadas do processo produtivo.
É a treva, não há dúvida.
Mas isto vai acabar.
Nenhum país se reconstrói sem a crítica politizada de cada cidadão muito bem esclarecido - muito transparentemente esclarecido -, sobre o tamanho de seu Estado e de sua necessidade; sobre seus custos e, evidentemente, sobre se o cidadão está realmente interessado em financiá-lo, e em quais termos.
Porque, como se sabe, prosperidade não caí do céu, e apenas resulta do trabalho; e, como também se sabe, conversa fiada não enche barriga - pelo menos não a dos que são conversados: a esmagadora maioria dos convertidos.
Mas esta paralisante ausência de horizonte, também vai acabar.
Aqui, na terra dos espertos, a malandragem esqueceu que o mal do malandro é achar que todo mundo é otário.