*W. A. Cuin
“Fiz-me fracos para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns”.(Paulo, co. 9: 19-23).
A Providência Divina, exercendo a máxima compreensão e conhecimento sobre cada criatura, por certo, não exigirá de ninguém que produza além das forças que possui. Apenas espera que cada filho de Deus, dentro dos seus limites e potencialidades que ostenta, faça o possível, no contexto social em que vive, propondo a construção de um mundo mais solidário, operoso e pacífico.
É inegável, ainda, a nossa condição de seres distantes da perfeição, mas não podemos ignorar que estamos a caminho de conquistar tal postura, isso obviamente, mediante nossos esforços, tendo a plena consciência de que as aquisições edificantes virão como consequência do trabalho que deverá ser realizado, individualmente.
Dotados de inteligência, bom senso e maturidade espiritual, temos absolutas prerrogativas de identificar de que forma podemos agir no âmbito da sociedade em que mourejamos. Observando os acontecimentos que nos rodeiam, com sutileza, conseguiremos perceber onde e como deveremos atuar, considerando como meta e objetivo o bem estar das criaturas humanas.
Não basta que estejamos bem se nossos irmãos do caminho seguem suas vidas pelas vielas sombrias do sofrimento. A paz que desejemos não será conseguida se apenas algumas criaturas vivem com mais tranquilidade, pois que o gemido de um continente lança desespero e aflições para o mundo todo.
É obvio que nossas influências não irão muito longe, apenas no raio de ação social em que estamos vinculados, mas até onde chegarem que possam levar mensagens de esperança e alento, de fraternidade e companheirismo, de amor e afetividade, pois que nos dias atuais, precisamos muito mais de sentimentos do de que conhecimentos.
O intelecto vai bem, prosperando sempre, nas rodas do progresso, já o sentimento continua patinando na lama viscosa produzida pelo orgulho e pelo egoísmo, chagas nefastas e resistentes, que tem atravancado o carro da humanidade e construído montanhas de dor e represas escuras de lágrimas.
Importa, então, que adequemos os nossos recursos, sejam eles materiais, morais ou intelectuais, e os coloquemos a serviço do bem estar do homem, que precisa ser a razão maior da nossa existência. Nada poderá ser mais importante do que a paz e a felicidade, morando definitivamente, no coração das criaturas humanas.
Cada gesto, atitude, procedimento ou decisão somente serão respaldados pela sábia, justa e perfeita Justiça Divina, se estiverem imbuídos do firme e decidido propósito de assistir beneficamente e engrandecer cada criatura humana.
Assim, sendo mais fortes, amparemos os mais fracos. Mais ricos, socorramos os mais pobres. Bem dotados intelectualmente, protejamos os de menor potencial de inteligência. Mais influentes, ajudemos aqueles que seguem ignorados. Sendo famosos, procuremos estender as mãos aos desconhecidos. Gozando de saúde equilibrada, não esqueçamos os doentes que vivem sem recursos médicos ou medicamentosos adequados.
Ninguém é tão desprovido de qualquer espécie de recurso que não tenha nada para oferecer ao próximo.
A Providência Divina, por certo, não espera que modifiquemos o mundo para melhor, imediatamente, mas aguarda a nossa movimentação no bem, no limite das nossas forças, tendo como proposta principal a edificação da sociedade dos nossos sonhos.
Façamos a nossa parte...