W. A. Cuin
“A possibilidade de entrar em comunicação com os Espíritos é uma bem doce consolação, que nos proporciona o meio de nos entretermos com os parentes e amigos que deixaram a Terra antes de nós” (Comentário de Allan Kardec, na questão 935, de “O Livro dos Espíritos”).
Em realidade Espíritos somos todos nós quando fora do corpo físico, desalojados pelo fenômeno da desencarnação. Portanto, nada de sobrenatural, apenas a continuidade da vida após a morte.
A vida dentro do seu dinamismo e lógica divina tem na morte apenas o final de uma etapa, onde uma vestimenta material se acaba abrindo as portas para uma outra jornada: a do Espírito, este imortal, que existia entes de viver na Terra e prosseguirá existindo após a estadia no planeta.
E, se por aqui temos a possibilidade da comunicação entre as criaturas, quer seja pela palavra direta, pela imprensa, por meios eletrônicos e outros, por que entre os encarnados e os desencarnados deveria existir um distanciamento absoluto e definitivo, quando continuamos a amar aos que partiram para a vida espiritual e eles também continuam a gostar de nós?
Se temos imensa vontade de saber como andam as coisas junto a um parente querido ou amigo dileto que esteja residindo numa cidade ou mesmo num país distante, certamente não será diferente em relação aos nossos afeiçoados que nos precederam na viagem da “morte”.
E, uma vez que ninguém morre é natural que nosso ente querido esteja em algum lugar, junto com alguém e fazendo alguma coisa, pois que prossegue vivo carregando seus sonhos de paz, suas expectativas quanto ao futuro e sua saudade em relação a nós.
Nos informam os próprios Espíritos, através de vasta e oportuna literatura mediúnica, que a vida no mundo espiritual é dotada de um dinamismo total. Nossos amados seguem suas rotas de progresso e a possibilidade de nos comunicarmos com eles é real e sempre que há condições é totalmente possível.
Francisco Cândido Xavier, em sua imensa literatura mediúnica publicou dezenas de livros relatando mensagens de criaturas que deixaram este mundo, informando como chegaram à nova morada, por quem foram recebidos, como foram tratado, como estão no momento e o que estão fazendo. O acesso a essas obras é extremamente fácil e está ao alcance dos interessados que desejarem saber, com mais detalhes, como é a vida espiritual, após a vida na Terra.
Tais comunicações não são tão fáceis, pois que se dão com a participação de médiuns predispostos a tal cometimento, onde não podemos dispensar todo o cuidado e zelo para que os fenômenos sejam analisados criteriosamente, evitando o fanatismo e sensacionalismo, procurando sempre a autenticidade , a observação desapaixonada para se concluir que não existam embustes ou mistificações.
Não podemos aceitar qualquer comunicação como sendo dos nossos familiares ou amigo. Primeiro precisamos ter informações do médium que a recebeu, refletir sobre seu conteúdo para perceber a identificação com o comunicante e outros cuidados mais, mas essa natural precaução não desacredita a possibilidade da comunicação com os desencarnados, apenas sugere cuidados para se evitar equívocos, como aliás, deve acontecer com tudo na vida.
O que deve ficar evidenciado mesmo é que a vida continua em todos os quadrantes do Universo e que temos a possibilidade de nos comunicarmos com quem amamos, onde somos informados que eles seguem seus roteiros de experiências e nos aguardam para os encontros futuros, quando também viajarmos para o país dos desencarnados.
A comunicação com os nossos “mortos”, sem dúvida, não traz nossos entes queridos de volta, mas é uma doce consolação que nos apresenta a bondade de Deus, criando mecanismos e possibilidades para nos ajudar a seguir os dias, convivendo com a ausência daqueles que muito amamos.