Pessoas são criaturas impressionáveis.
O dia a dia de histeria coletiva que vivenciamos, com indivíduos atirando-se às drogas, atirando-se aos pés do líder, do maluco beleza; atirando-se de edifícios e atirando-se a eleições, deixa-nos com a náusea de quem entrou em uma infindável roda gigante, ou um inqualificável sistema social, e não consegue sequer pedir pra sair!
Todos ainda meio tontos, impressionados, mas, quem diria, andando com suas próprias pernas e sem muletas!!!
O brasileiro, quem diria - de novo, porque é surpreendente, mesmo! -, sabe muito bem o caminho que quer tomar, encontrou-o, direitinho, e segue reto, já fazendo suas contas, seus planos, desenhando perspectivas, porque, infindável, também, é a riqueza desta terra de Santa Cruz.
Todos abriram os olhos e começaram a perceber - um inusitado movimento mágico do inconsciente coletivo - ou o saco cheio mesmo do cansaço extremo de ser passado para trás feito idiota, décadas e décadas a fio.
Mas, para os que sempre apostaram na imbecilidade alheia como meio de vida, o momento é de apoplexia, ou, nos casos mais leves, de esquizofrenia paranoide.
O que tem de gente falando às paredes é um espanto.
Sempre se soube que as paredes têm ouvidos, mas, mesmo assim: está demais!
E que os que falam sozinhos para multidões? Três, cindo mil pessoas, individualizadas, e tão ou mais delirantes que a imaginação adoecida do paranoico que as cria em sua mente tão dolorosamente debilitada pela verdade da vida real.
Muito, muito difícil de digerir.
Pessoas politizadas. Pessoas interessadas em si, na sua melhora pessoal, na melhora do conjunto a partir do desenvolvimento de cada qual; na melhora de sua cidade, seu estado seu país; preocupadas, interessadas e com propostas.
Pessoas independentes. De ideologias, de cabrestos, de TV.
Dificílimo de imaginar, principalmente depois que se tornaram a realidade incontornável, não só dos trópicos teceiromundistas, mas do mundo todo, cada vez mais cheio do blá, blá, blá, que ao longo dos séculos manteve ricos, ricos, e pobres, pobres, à esquerda, à direita, ou a centro.
Infelizmente, para esses, não há saída, a esta altura.
É melhor ir se adaptando.